Zhang Zhan, uma jornalista chinesa que exerce o trabalho de forma independente, foi condenada a quatro anos de prisão.
O tribunal de Xangai declarou Zhang culpada por divulgar nas redes sociais a situação dos hospitais em Wuhan, epicentro da pandemia de coronavírus na China.
Há ainda outros processos em andamento contra jornalistas e fotógrafos que registraram imagens de unidades de saúde lotadas e ruas vazias na cidade.
Conteúdos que vieram a público mostram um cenário muito mais grave do que a narrativa oficial que a China tentava passar para o mundo.
À agência Reuters, o advogado da comunicadora demonstrou indignação com o caso.
“Provavelmente apelaremos”, disse o defensor Ren Quanniu, frisando que o julgamento em um tribunal em Pudong, distrito do centro de negócios da China em Xangai, terminou às 12h30 (horário local), com Zhang condenada a quatro anos de prisão.
Segundo Ren, Zhang Zhan está sendo perseguida pelo país comunista.
“Sra. Zhang acredita que está sendo perseguida por exercer sua liberdade de expressão”, disse ele antes do julgamento.
Vale destacar que todos os tipos de críticas às primeiras medidas da China contra a pandemia foram censuradas, quando delatores, como médicos, alertavam sobre a gravidade do novo coronavírus.
Quando o país veio a público para dizer que obteve sucesso nas ações para conter o vírus, a mídia estatal atribuiu o sucesso à liderança do presidente Xi Jinping.
Conforme registrou o Conexão Política no domingo (27), o vírus chinês já infectou 80 milhões de pessoas e matou mais de 1,76 milhão em todo o mundo.