Índia e China aumentaram seu estoque de ogivas nucleares no ano passado, enquanto todos os outros países com armas nucleares, como EUA, Rússia e França, continuaram a modernizar seu arsenal, de acordo com um relatório recente do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo.
A Índia aumentou seu arsenal de um número estimado de 130 a 140 ogivas nucleares em 2019 para 150 em 2020, enquanto a China aumentou seu estoque de um número estimado de 290 ogivas para 320 durante o mesmo tempo, diz o relatório do SIPRI, divulgado nesta segunda-feira (15). China (com 320) e Paquistão, que tem um estoque estimado de 160 ogivas nucleares, têm individualmente mais ogivas nucleares do que a Índia, acrescentou o relatório.
A China está modernizando seu arsenal nuclear e “desenvolvendo pela primeira vez uma chamada tríade nuclear, composta por novos mísseis terrestres e marítimos e aeronaves nucleares”, afirmou o relatório. Por outro lado, a Índia e o Paquistão estavam aumentando o tamanho e a diversidade de suas armas nucleares, observou.
O relatório do SIPRI sobre a Índia e a China aumentando seu estoque nuclear chega no momento em que os dois vizinhos estão envolvidos em um impasse fronteiriço de seis semanas em vários locais ao longo de sua fronteira não-marcada de 3.488 quilômetros. Embora as reuniões entre militares seniores e no nível diplomático tenham aliviado as tensões, o confronto continua.
Nesta terça-feira (16), um coronel do exército indiano e dois soldados morreram em um confronto violento entre soldados indianos e chineses no vale de Galwan, um dos quatro pontos de impasse na região de Ladaque, fronteira da Índia com a China, segundo um comunicado do exército indiano. O confronto ocorreu durante o processo de desescalonamento em andamento entre os dois lados.
Fontes próximas ao conflito alegaram que não houve tiroteio, mas os soldados indianos poderiam ter sido espancados, apedrejados e afogados até a morte no lago Pangong Tso, em Ladaque.
Armas nucleares no mundo
Globalmente, nove Estados juntos possuíam uma estimativa de 13.400 armas nucleares no início de 2020, um pouco abaixo da contagem de 13.865, em 2019, segundo o SIPRI Yearbook 2020.
A queda ocorreu em grande parte devido ao desmantelamento de armas retiradas da Rússia e dos EUA, que representam mais de 90% do estoque mundial.