A Hungria rejeitou a recepção dos afegãos após a tomada do país pelo grupo terrorista islâmico Talibã. A Áustria, por sua vez, exige que os refugiados sejam admitidos pelos “países vizinhos” (islâmicos).
O vice-ministro das Relações Exteriores da Hungria, Levente Magyar, confirmou que seu país não abrirá a fronteira para permitir a chegada de afegãos porque o governo presidido por Viktor Orbán “se recusa a fazer o povo húngaro sofrer as consequências de decisões e operações geopolíticas errôneas”.
Assim, a Hungria, que está lançando uma operação de evacuação para remover os húngaros e os afegãos que trabalharam como intérpretes para suas tropas nos últimos 20 anos em Cabul, não cederá aos apelos globalistas para trazer aqueles que fogem para o seu país.
Na mesma linha, o ministro do Interior austríaco, Karl Nehammer, propôs nesta quarta-feira (18) que a maioria dos cidadãos afegãos em fuga devido à ascensão ao poder do Talibã sejam recebidos em centros de deportação localizados em países vizinhos da região.
“O objetivo deve ser manter a maioria das pessoas na região”, disse ele durante uma entrevista coletiva em Viena, segundo a agência de notícias alemã DPA, antes de participar da reunião virtual de ministros do Interior da UE em que abordou este assunto.
Além disso, Nehammer garantiu que a UE deveria coordenar uma melhor proteção de suas fronteiras externas contra uma possível chegada de imigrantes do Afeganistão, ao mesmo tempo enfatizando que a Áustria é o lar da segunda maior comunidade de cidadãos afegãos do bloco em relação ao tamanho global de sua população, com 44 mil pessoas.
Os ministros do Interior dos Estados-Membros da União Europeia se reuniram por videoconferência e, embora o único ponto da agenda oficial seja a gestão dos fluxos migratórios da Bielorrússia para a Lituânia, a situação no Afeganistão obrigou os ministros a abrir um novo ponto de debate no encontro.
Assim, espera-se que o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e a comissária do Interior, Ylva Johansson, informem os últimos acontecimentos no país asiático, com especial atenção à resposta que a UE deve dar à eventual chegada de refugiados para a Europa.
Com informações, La Gaceta.