O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se encontrou com o Papa Francisco nesta quinta-feira (6) no Vaticano, durante sua viagem oficial à Itália para tratar de relações bilaterais com o bloco europeu.
O encontro ocorreu mais cedo, e, embora o governo não tenha divulgado oficialmente o conteúdo, discutiu-se a proposta de criar uma taxação dos super-ricos para combater a miséria e a pobreza.
“Em visita ao Papa Francisco, no Vaticano. Uma inclinação afetuosa do espírito para a vida é o caminho para uma sociedade mais justa, fraterna e solidária. Uma economia global de laços que combatam a miséria e a pobreza”, disse Haddad pelas redes sociais logo após o encontro com o líder da Igreja Católica.
Além do encontro com o Papa Francisco, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o ministro italiano de Economia e Finanças, Giancarlo Giorgetti. Juntos, discutiram a proposta de taxação dos super-ricos, ressaltando que “para combater a fome e as mudanças climáticas, é necessária uma cooperação global que vá além das relações bilaterais entre blocos e países”.
Haddad também teve uma reunião em Roma com o ministro da Economia da Espanha, Carlos Cuerpo. Eles discutiram as relações bilaterais entre o Brasil e a Espanha, além das relações entre a América do Sul e a União Europeia.
“São economias complementares que podem gerar parcerias comerciais e estratégicas do ponto de vista ambiental, da defesa da democracia e da justiça tributária e social”, afirmou Haddad.
Carlos Cuerpo também comentou a visita, destacando a “aliança estratégica para promover iniciativas globais” e acrescentou que ambos acordaram em continuar aprofundando os laços econômicos e comerciais.
Combate às mudanças climáticas
Os encontros também abordaram iniciativas para combater as mudanças climáticas. Fernando Haddad mencionou a tragédia no Rio Grande do Sul, onde “milhares de famílias deixaram suas casas por causa de um evento extremo”.
“É preciso repensar os órgãos multilaterais e os financiamentos para enfrentar a crise climática, que é de natureza global. Os estados nacionais estão endividados e com fragilidade fiscal. A taxação dos super-ricos coloca uma questão: enfrentar a desigualdade”, destacou Haddad, ressaltando a importância da medida.
Para Haddad, a taxação dos super-ricos é “um símbolo de um caminho a ser percorrido por todos nós com cooperação internacional”. Ele completou: “Por isso estamos no Vaticano, que é um lugar apropriado para soluções edificantes”.
O Papa Francisco não comentou a visita.