A ONG Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) anunciou que o número de unidades onde presos estão em greve de fome na Venezuela aumentou para 51, incluindo penitenciárias, inclusive femininas, e carceragens de delegacias.
O movimento, iniciado no domingo (9), busca a atualização da situação processual dos detentos, muitos dos quais já teriam cumprido suas penas ou estão aguardando progressão de regime. Os presos também reivindicam transferências para prisões próximas às regiões onde moram seus familiares, entre outras demandas.
“Estamos lidando com negligência e falta de ação das autoridades. Em 13 anos de gestão, completados em 26 de julho, foi impossível melhorar as condições de vida nas prisões. Isso inclui a falta de cuidados médicos, alimentação insuficiente, a ausência de programas de reabilitação e a falta de medidas para garantir a segurança dos detentos”, declarou o OVP em comunicado.
Segundo o Observatório Venezuelano de Prisões (OVP), mais de 50 mil presos em unidades de 17 dos 23 estados da Venezuela aderiram à greve de fome.
A agência EFE informou que familiares dos detentos realizaram dois grandes protestos nesta quarta-feira (12). Em Caracas, a mobilização ocorreu em frente aos tribunais penais, enquanto no estado de Zulia, a concentração foi diante do Palácio de Justiça de Maracaibo, capital estadual.
“Não são animais, são seres humanos que merecem uma nova oportunidade”, declarou a mãe de um jovem detido no estado de Falcón.
Na terça-feira (11), o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, nomeou Julio García Zerpa como o novo ministro dos Serviços Penitenciários. Durante seu programa de rádio, Maduro afirmou: “Temos que construir uma nova governabilidade, um novo regime prisional, temos que acabar com a corrupção.” No entanto, ele não mencionou a greve de fome que ocorre nos presídios do país.