Pela primeira vez desde 1997, os Estados Unidos revogaram a designação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) como “organização terrorista estrangeira”.
Com isso, as autoridades americanas passam a ser autorizadas a trabalhar com ex-combatentes da milícia na implementação do acordo de paz entre o grupo e o Estado colombiano.
O governo do presidente Joe Biden anunciou em 23 de novembro a sua intenção de retirar a classificação. O secretário de Estado, Antony Blinken, afirmou que as Farc “não existem como organização unificada dedicada ao terrorismo ou a atividades terroristas, ou com a capacidade ou intenção de fazê-lo” desde o tratado, firmado em 2016.
Por isso, segundo ele, a remoção da designação por parte da Casa Branca tornaria mais fácil a ajuda na implementação do pacto. A alteração, contudo, não anula nenhuma das acusações feitas pelos EUA contra ex-integrantes do movimento, inclusive por narcotráfico.
Nas redes sociais, o ex-guerrilheiro e ex-líder máximo do grupo, Timoleón Jiménez, comemorou a decisão e classificou o gesto de Biden como um “reconhecimento” do compromisso das Farc com a paz.
Fundada em 1964, as Farc atuaram como uma organização marxista-leninista-narcoterrorista em uma era de violência devastadora na Colômbia, realizando bombardeios, assassinatos e sequestros em nome de pautas do espectro político da extrema esquerda.
De acordo com a revista Veja, “cerca de 13.000 guerrilheiros já entregaram suas armas desde a assinatura do pacto. No entanto, mais 5.000 membros se recusaram a participar do acordo e continuam a atuar em várias regiões” do país sul-americano.