Os líderes do G7 se comprometeram neste último domingo (26) a levantar US$ 600 bilhões em fundos públicos e privados ao longo de cinco anos para financiar a infraestrutura necessária em países em desenvolvimento e se contrapor ao projeto mais antigo e que reúne trilhões de dólares em investimentos, o Cinturão e Rota da China (BRI, na sigla em inglês).
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e outros líderes do G7 relançaram a recém-renomeada “Parceria para Infraestrutura e Investimento Global”, durante o encontro realizado este ano em Schlöss Elmau, na Alemanha.
Biden disse que os EUA mobilizarão US$ 200 bilhões em doações, fundos federais e investimentos privados ao longo de cinco anos para apoiar projetos em países de baixa e média renda que ajudem a combater as mudanças climáticas, bem como melhorar a saúde global, igualdade de gênero e infraestrutura digital.
“Quero ser claro. Isso não é ajuda ou caridade. É um investimento que trará retorno para todos”, afirmou o líder da Casa Branca, acrescentando que isso permitirá aos países “ver os benefícios concretos da parceria com as democracias”.
A Europa mobilizará 300 bilhões de euros para a iniciativa no mesmo período a fim de construir uma alternativa sustentável ao esquema da iniciativa do Cinturão e Rota da China, que o ditador chinês, Xi Jinping, lançou em 2013.
Os líderes da Itália, do Canadá e do Japão também falaram sobre seus planos, alguns dos quais já foram anunciados separadamente. O presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, não estiveram presentes, mas seus países também participam do projeto.
Nova Rota da Seda
O esquema de investimentos da China envolve iniciativas de desenvolvimento e investimentos em mais de 100 países com uma gama de projetos, que incluem ferrovias, portos e rodovias, com o objetivo de criar uma versão moderna da antiga rota comercial da Rota da Seda da Ásia para a Europa.
Em 2013, Xi Jinping apresentou a proposta, com um orçamento previsto de US$ 1 trilhão para criação de infraestruturas destinadas a fazer ligações marítimas e ferroviárias entre seu país e as demais nações do planeta.
Desde a realização do 2º Fórum da Rota da Seda, em 2019, diversos países como Cuba, Peru, Bolívia, Uruguai, Venezuela e Argentina aderiram à iniciativa de acesso a empréstimos.
Os Estados Unidos, especialmente durante o governo de Donald Trump, figuraram como um dos principais detratores do plano, alertando para o perigo que a estratégia representa para a soberania e a integridade regional dos povos.
O projeto geopolítico do regime comunista busca abrir novos mercados para suas empresas controladas pelo Estado e ao mesmo tempo lograr os recursos dos países mais vulneráveis por meio de ‘armadilhas de dívida’, que basicamente consiste em endividá-los a fim de forçá-los a fazer concessões se os acordos não forem cumpridos.