Um ex-funcionário da ByteDance, controladora do TikTok, acusou o Partido Comunista da China (PCCh) de ter “acesso supremo” a todos os dados mantidos pela rede social. A alegação foi feita em um processo judicial de rescisão injusta nos Estados Unidos.
Yintao “Roger” Yu ajuizou uma ação de rescisão injusta contra a Bytedance no Tribunal Superior de San Francisco no início de maio. Ele trabalhou na empresa entre agosto de 2017 e novembro de 2018 e cobra indenizações compensatórias.
Em uma manifestação apresentada na sexta-feira (12), Yu declara que o PCCh tinha um escritório especial na ByteDance, às vezes chamado de “comitê”, com o objetivo de monitorar a companhia e orientar sobre como “promover os valores comunistas centrais”.
“O comitê manteve acesso supremo a todos os dados da empresa, mesmo dados armazenados nos Estados Unidos”, afirma a denúncia, obtida com exclusividade pela CNN dos EUA.
O ex-funcionário também diz que a empresa deu acesso total ao Partido Comunista às informações dos clientes através de um canal de backdoor, independentemente de onde os dados estivessem localizados.
Em resposta, um porta-voz da Bytedance negou as afirmações, dizendo que o homem, na verdade, trabalhou em um aplicativo chamado Flipagram enquanto estava na empresa, que foi descontinuado por motivos comerciais.
“Planejamos nos opor vigorosamente ao que acreditamos serem reivindicações e alegações infundadas nesta denúncia”, disse o representante da empresa.
Em nota, a ByteDance informou estar “comprometida em respeitar a propriedade intelectual de outras empresas e adquirimos dados de acordo com as práticas do setor e nossa política global”.