Um grupo de 29 ex-chefes de Estado da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea) solicitou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, manifestem o mesmo posicionamento.
Em carta entregue ao brasileiro e ao colombiano, os membros da Idea expressam as limitações impostas pelas autoridades eleitorais venezuelanas durante um processo “minado” nas eleições do último domingo (28).
Os ex-chefes de Estado pontuaram que, ainda que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país tenha anunciado o ditador Nicolás Maduro como vencedor, o candidato da oposição e a líder opositora María Corina Machado tornaram públicas 81% das atas de votação. O documento, conforme os ex-chefes, é claro ao constatar González como vencedor, com 67% dos votos, em comparação com 30% obtidos por Maduro.
“A única coisa que pode ser feita é reconhecer o status de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela, após a verificação por órgãos técnicos eleitorais internacionais”, argumentam.
Os ex-lideres descreveram como “grave” o comportamento do governo venezuelano em atuar com “repressão, resultando em mortes, ferimentos, prisões e desaparecimentos, de seu povo, que está simplesmente exigindo respeito à sua vontade soberana”.
Os ex-chefes de Estado também lamentam que Maduro tenha ordenado a “prisão do presidente eleito e de Machado, que o apoia”.
A carta diz não se tratar de uma narrativa sobre uma eventual fraude eleitoral, mas de “um ato ou comportamento que, de forma flagrante e gritante, destrói e desrespeita a ordem constitucional e legal por meio de uma grave alteração da democracia”.
Por fim, pedem a Lula e Petro que considerem que, se esse precedente for aceito, será encarado como um exemplo que resultará em efeito dominó em todas as democracias da região.