Torben Søndergaard e sua família fugiram da Dinamarca para os EUA este ano, como refugiados que fogem de uma zona de guerra, carregando apenas o que podiam levar em oito malas.
Torben é o fundador da Última Reforma, um movimento mundial que busca resgatar o cristianismo do livro bíblico de Atos dos Apóstolos. Ele também começou o ‘Jesus Center’ na Dinamarca, um centro de treinamento e discipulado bíblico, com estudantes de mais de 30 nações.
Ataques
Os ataques contra o seu trabalho na Dinamarca começaram em 2016, quando o Jesus Center foi investigado por seis agências governamentais dinamarquesas diferentes. Torben foi investigado desde a segurança alimentar do centro, até sobre impostos não pagos. No entanto, os funcionários do governo não encontraram nada errado.
Então, no ano passado, o governo começou a investigar sua família, quando começaram a praticar o ensino domiciliar. Após o ocorrido, a família voltou a colocar a filha na escola pública, mas isso não interrompeu as investigações.
O pior ainda estava por vir. A vida e o ministério de Torben Søndergaard tomou uma reviravolta dramática, quando a mídia dinamarquesa entrou em contato com ele e disse que gostaria de “traçar o seu perfil”. Parecia ser muito positivo, mas não foi.
Mídia dinamarquesa
A TV dinamarquesa não apenas enviou uma equipe de filmagem. Torben disse que eles também enviaram dois repórteres disfarçados, um disse que queria seguir Jesus e até foi batizado, e o outro fingiu estar com problemas mentais.
O documentário resultante na TV nacional, chamado “Os melhores filhos de Deus”, juntou Torben a outros ministérios chamados “cristãos radicais”, que tiveram sérias falhas morais ou éticas ou até atividades criminosas.
Torben disse: “Quando vi aquilo, eu pensei: ‘Acabaram comigo. Ninguém nunca mais confiará em mim'”.
Calúnias
Torben assistiu horrorizado ao ver-se retratado na TV nacional como mentiroso, agressor de crianças, mentalmente instável por orar por curas e realizar expulsão de demônios, e como um charlatão que tira o remédio dos doentes, algo que ele diz ele nunca fez.
“Trabalho no ministério há 18 anos. Nunca tive problemas, nunca tive queixas. É claro que houve mal-entendidos. Talvez algumas pessoas se magoaram e se foram, como em todas as outras igrejas e todos os outros ministérios. Mas quando esse programa de TV começou, isso mudou toda a atmosfera na Dinamarca. Nós pensamos: ‘Precisamos sair da Dinamarca. Isso não vai parar'”, disse Torben.
E não parou.
Investigação
Torben se tornou um saco de pancadas na TV dinamarquesa. Comentaristas de noticiários pressionavam por uma nova lei contra os cristãos que “supostamente infligiam violência mental às crianças, através de curas e libertação”.
“Eles entrevistaram um líder da igreja estatal falando sobre como éramos pessoas más, vindo como predadores para encontrar os animais fracos que estão doentes e comê-los, e como queríamos levar as pessoas para o culto”, disse Torben.
Em seguida, as demandas da mídia cresceram para que Torben fosse investigado pelo crime de “charlatanismo”.
“Na mente dos políticos, eu já era culpado. Na mente das pessoas, eu já era culpado, por algo que não faço”, disse Torben.
Deixar a Dinamarca
Torben se tornou um homem marcado, visto como uma “pessoa perigosa” por muitos de seus compatriotas e preocupado com a possibilidade de perder seus filhos. Durante suas últimas três semanas na Dinamarca, ele disse que nunca saiu de casa.
Em lágrimas Torben disse: “Nossos amigos começaram a nos ligar e dizer: ‘Você tem que sair da Dinamarca agora, porque não vão parar’. ‘Eles perseguem você, então compraremos uma passagem para os EUA’. Dois dias depois, fizemos as malas e partimos com nossos filhos para a América”.
“Foi muito estressante, e agora nosso Jesus Center está fechado. Temos um centro de 24.384 metros quadrados na Dinamarca fechado. Nosso trabalho está encerrado. Tudo está acabado”, acrescentou Torben.
Os Søndergaards apelaram ao governo dos EUA por asilo político. Torben testemunhou em depoimento juramentado que, se ele for devolvido à Dinamarca, corre o risco de ser preso e de ter sua filha menor removida da família.
Aguardando uma decisão de asilo
O Conselho de Imprensa da Dinamarca decidiu que Torben foi enganado pelos jornalistas que fizeram o documentário. Mas não há nenhuma agência governamental na Dinamarca que possa devolver a reputação de Torben ou garantir sua liberdade, se ele voltar.
Torben agora espera para ver se seu pedido de asilo será aprovado e diz que sonha em iniciar um Jesus Center como o da Dinamarca nos EUA.
“Eu também tenho uma mensagem para as pessoas nos EUA. Precisamos estar preparados. Precisamos estar alertas. Dizer que isso nunca aconteceria na América, é uma mentira. Eu disse o mesmo sobre Dinamarca. Isso chegará na América”, disse Torben.
Com informações, CBN News.