Pela primeira vez, Israel incluiu a Turquia em seu Relatório Anual de Avaliação de Ameaças, citando as ações agressivas do ditador Recep Tayyip Erdogan no Oriente Médio e no norte da África como novos desafios para o Estado judeu.
O Times of Israel informou que a Inteligência Militar não prevê um confronto entre a Turquia e Israel este ano e não listou uma ameaça específica da Turquia, mas considera as políticas de Erdogan na região cada vez mais perigosas para Israel.
A Turquia se tornou mais expansionista nos últimos meses, após invadir o nordeste da Síria e assinar um acordo com o governo internacionalmente reconhecido da Líbia em 27 de novembro sobre quem controla o Mediterrâneo.
A afirmação de poder da Turquia sobre o Mediterrâneo tem um efeito cascata em toda a região, começando com a Líbia, envolvida em uma guerra civil brutal desde 2011.
Ancara está enviando forças turcas para a Líbia, após assinar um acordo em dezembro do ano passado para enviar especialistas e armas militares para lá.
O crescente desejo da Turquia de controle no Mediterrâneo e no norte da África também pode ameaçar parcerias energéticas entre Chipre, Grécia, Israel e o novo gasoduto Leviatã que conectará os recursos de gás do Mediterrâneo oriental à Europa.
A Turquia aspira a estabelecer seu próprio oleoduto com a Líbia, que violará as águas territoriais da Grécia.
Embora Israel mantenha laços diplomáticos com a Turquia, o relacionamento dos dois países se tornou cada vez mais tenso sob a liderança de Erdogan.
O partido político de Erdogan é aliado à Irmandade Muçulmana e o ditador turco se manifesta regularmente contra o Estado judeu. Erdogan também foi acusado de permitir que terroristas operem dentro da Turquia.
A avaliação de ameaças culpa o próprio Erdogan pelos mais recentes desafios da Turquia a Israel e sugere que as políticas não necessariamente sobreviverão a Erdogan.
Depois que a Turquia invadiu a Síria em novembro para expulsar os curdos, o embaixador de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, disse ao Conselho de Segurança da ONU que Erdogan está forçando seu país a seguir um “caminho imperialista”.
“Erdogan transformou a Turquia em um refúgio seguro para terroristas do Hamas e um centro financeiro para canalizar dinheiro para subsidiar ataques terroristas. A Turquia de Erdogan não mostra restrição moral ou humana ao povo curdo. Erdogan transformou a Turquia em um centro regional de terrorismo”, disse Danny Danon.