O ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, foi libertado após sua prisão em Madri, capital da Espanha, na sexta-feira (28), durante a deflagração da Operação Disclosure pela Polícia Federal. Gutierrez foi incluído na lista vermelha de procurados pela Interpol após o mandado de prisão não ser cumprido, pois ele estava fora do país.
Em nota, a defesa de Gutierrez informou que o executivo está em sua residência na capital espanhola, no mesmo endereço comunicado em 2023 às autoridades espanholas e brasileiras. Segundo o comunicado, ele “sempre esteve à disposição dos diversos órgãos interessados nas investigações em curso”.
Na véspera, a defesa declarou que o executivo compareceu à polícia de forma espontânea para prestar esclarecimentos sobre a investigação e, agora, poderá exercer sua defesa frente às acusações, que, segundo a nota, seriam originadas por “delações mentirosas em relação a ele”.
“A defesa reitera ainda que Miguel jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios, manifestando uma vez mais sua absoluta confiança nas autoridades brasileiras e internacionais”, informou.
Segundo a Folha de S. Paulo, com base em informações da Polícia Federal, Miguel Gutierrez teria se desfeito de bens como imóveis e veículos, enviando o dinheiro ao exterior por meio de offshores em paraísos fiscais antes de deixar o país.
As acusações contra o ex-CEO da Americanas incluem crimes de uso de informação privilegiada, manipulação de mercado, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A PF afirma que a lavagem de dinheiro continua em curso devido à “ocultação patrimonial” ao tirar o dinheiro do país.
Uma das transações sob investigação envolve o envio de US$ 1,5 milhão para uma empresa sediada em Nassau, nas Bahamas.