O ditador venezuelano Nicolás Maduro ameaçou condenar com penas de 15 a 30 anos de prisão os manifestantes que têm participado de atos contra o resultado das eleições na Venezuela.
O resultado do pleito do último domingo (28) é contestado tanto pela oposição a Maduro quanto por parte da comunidade internacional em razão de constatações de fraude e do uso de uma série de investidas do regime madurista para desestabilizar o pleito.
“E o peso da lei será aplicado a eles. No mínimo, passarão na cadeia, no mínimo, no mínimo, pela medida mais baixa, 15 anos por crimes. De 15 a 30 anos, me diz aqui o procurador-geral [Tarek William Saab]. E desta vez, não haverá perdão. O grande coração do perdão ficará para outra época. Agora, não”, disse Maduro em pronunciamento.
Maduro ainda responsabilizou Edmundo González Urrutia, apontado como vencedor legítimo das eleições no país, pelas mortes — estimadas em mais de 16 por ONGs — ocorridas nos protestos contra o resultado das eleições presidenciais.
“A responsabilidade é sua, senhor Edmundo Gonzalez Urrutia, por tudo o que está acontecendo na Venezuela, pela violência criminosa, pelos delinquentes, pelos feridos, pelos falecidos, pela destruição. O senhor será o responsável direto, senhor Gonzalez Urrutia, e a senhora também, senhora Machado. E a justiça vai chegar”, declarou.
Maduro disse ainda que os protestos em várias regiões do país compõem “um sistema de desestabilização maciça da Venezuela” que busca “atacar a paz da república e de todos” e informou que, por isso, ordenou que militares policiais “desenvolvam um plano de patrulha e proteção para ruas e avenidas”.
O ditador sustentou que uma “gangue armada até os dentes” está por trás dos atos de rua, pelos quais mais de 800 pessoas já foram presas.