No último ano, o governo brasileiro reconheceu 77.193 novas pessoas como refugiadas, conforme dados do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
A imensa maioria, 97,5%, veio da Venezuela, enquanto 1,2% eram cubanos. Isso elevou o total de refugiados no Brasil para pelo menos 143.033 até 2023, um aumento de 117,2% em relação ao ano anterior. A faixa etária dos refugiados reflete uma realidade preocupante: 44,3% são crianças, adolescentes e jovens até 18 anos, sendo que tanto homens (35,4%) quanto mulheres (37,2%) estão majoritariamente na faixa etária inferior a 15 anos.
Refugiados são pessoas que deixam seus países de origem devido a perseguições por raça, religião, nacionalidade, opiniões políticas ou em face de graves violações dos direitos humanos, buscando proteção internacional.
O Brasil tem sido um destino crescente para essas pessoas, com 58.628 solicitações registradas em 2023, um aumento significativo em comparação com 2022. Desde 2011, mais de 406.695 pedidos de refúgio foram feitos, com 138.359 analisados pelo Conare, órgão responsável pelo reconhecimento de refugiados no Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A região Norte do Brasil lidera em termos de pedidos de refúgio, representando 72% do total nacional, seguida pelo Sudeste (8,9%), Sul (6,4%) e Centro-Oeste (1,7%). Roraima, Amazonas e Acre foram os estados que mais receberam pedidos, destacando-se também São Paulo, onde a maioria dos solicitantes são da Venezuela, Angola, Afeganistão, China e Bangladesh.