O presidente direitista do menor país da América Latina em área territorial, Nayib Bukele, chefe do Executivo de El Salvador, oficializou participação na posse do presidente eleito Javier Milei. Ele se junta a outros líderes mundiais, como Donald Trump, dos Estados Unidos, e Jair Bolsonaro, do Brasil.
O mandatário, inclusive, foi um dos primeiros convidados de honra de Milei para ocupar os assentos oficiais entre as lideranças de direita, como apurou o Conexão Política junto a fontes de Milei que atuam na assessoria do presidente eleito.
Bukele tornou-se um fenômeno da direita na América Latina, especialmente suas políticas “linha-dura” na segurança pública. Isso porque a administração do salvadorenho conseguiu reduzir os índices de homicídios de um país marcado pela violência (veja dados abaixo).
Dados oficiais mostram números efetivos no combate à criminalidade no país, com os efeitos chegando de fato até a população, que tem relatado um cenário de normalidade que há décadas não se via, quando se encontrava em meio aos conflitos entre gangues nas ruas e principais vielas do país.
Diante de um cenário de violência massiva, ao assumir o Executivo, Nayib Bukele implementou um decreto que foi amplamente aprovado pelo Congresso após a morte de 87 pessoas num único fim de semana em 2022.
A partir do massacre, o Congresso concordou com o chefe do Executivo e, a partir disso, suspendeu certos pontos dos salvadorenhos, como o direito de inviolabilidade da correspondência e a liberdade de associação e circulação. Também tornou possível o Estado interferir nas telecomunicações sem decisão judicial.
Com a medida incisiva, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes desabou para 7,8 em 2022, a mais baixa da história, segundo o governo – em 2015, no pior ano, era 100 para 100 mil. Por consequência, a população voltou a circular nas ruas com menos medo das gangues, conforme relatos externados à imprensa internacional, que cobriu parte das investidas do país na área da segurança pública.
Bukele, em paralelo, colocou em execução uma política de encarceramento em massa, levando El Salvador a ter a maior taxa de pessoas presas no mundo, além de contar com milhares de vagas prisionais no país, que hoje conta com 21 centros de detenção, com capacidade total de 100 mil pessoas. Estima-se que há cerca de 60 a 90 mil criminosos na prisão atualmente, que corresponde a aproximadamente 2,2% da população maior de 18 anos.
Em uma lista cronológica, os dados realmente impressionam, considerando que a posse se deu em junho de 2019 e, em menos de 5 anos —ciclo de mandato presidencial—, conseguiu uma frente ampla na área de segurança pública. Eis os números projetados:
1. Ano 2019:
- Nayib Bukele assume o Executivo em El Salvador.
2. Ano de 2022:
- Nayib Bukele implementa um decreto após a morte de 87 pessoas em um único fim de semana;
- Congresso concorda com o decreto, suspendendo certos direitos dos salvadorenhos, como direito de inviolabilidade da correspondência, liberdade de associação e circulação.
- Estado ganha a capacidade de interferir nas telecomunicações sem necessidade de decisão judicial;
- Taxa de homicídios por 100 mil habitantes em 2022: 7,8, a mais baixa da história;
- El Salvador torna-se líder mundial em taxa de pessoas presas, com milhares de vagas prisionais distribuídas em 21 centros de detenção e capacidade total para 100 mil pessoas;
- Disparada na estimativa da população carcerária, com cerca de 60 a 90 mil criminosos, correspondendo a aproximadamente 2,2% da população maior de 18 anos.
- Crescimento da aprovação e popularidade
Com o avanço efetivo como gestor, o direitista viu sua popularidade disparar entre o eleitorado do país, além de registrar um crescimento massivo de sua audiência nas redes sociais, espaço no qual acumula mais de 30 milhões de seguidores em todas elas.
De modo recorrente, as caixas de comentários nos perfis de Bukele são inundadas por elogios de outros latino-americanos. Os comentários dos salvadorenhos chegam a ser praticamente unanimes, em aval com as medidas de seu governo. “Que se multipliquem mais Bukeles em toda a América Latina”; “Precisa de um Bukele no Chile”; “Venha governar na Venezuela”; “Onde podemos fabricar mais líderes políticos assim ao redor do mundo?”, relatam as publicações, em variados idiomas.
Com a posse marcada para 10 de dezembro, Nayib Bukele deve desembarcar na Argentina para não apenas participar da cerimônia, mas também se reunir com lideranças da direita mundial, que devem promover um grande encontro em solo argentino.