Na quarta-feira (26/02), a polícia no país africano do Níger, com a ajuda da organização policial internacional Interpol, prendeu uma rede de tráfico humano em grande escala. 232 vítimas foram libertadas, incluindo 46 crianças, das quais 37 eram meninas de idade entre 10 e 17 anos que foram usadas como como escravas sexuais.
A vítima mais jovem tinha 10 anos. As crianças foram colocadas em albergues e bairros desfavorecidos, a fim de arrecadar o máximo de dinheiro possível para a rede. De acordo com a Interpol, além do abalo psicológico, as crianças sofreram muitos problemas físicos e infecções por HPV (IST), que podem eventualmente levar ao câncer (de Colo Útero) ou verrugas genitais (DST).
Nove crianças não foram obrigadas a realizar atos sexuais; foram colocadas como pedintes nas ruas, perto de estações rodoviárias e supermercados. Todas as jovens vítimas foram levadas de volta às suas famílias, segundo a Interpol.
Além das crianças, foram libertados 180 homens ganenses a quem tinham sido prometidos empregos, mas que foram detidos ao chegar ao Níger e forçados a realizar atividades ilegais.
Na capital, Niamey, mais de uma centena de polícias trabalharam em inúmeras buscas em domicílios. Dezoito suspeitos foram presos e estão detidos por suspeita de tráfico humano e crimes contra crianças.
A operação ocorreu no final de Janeiro e foi chamada ‘Sarraounia’, que na língua nativa do Níger, Hausa significa “rainha” ou “líder feminina”.
O Secretário-Geral da Interpol, Jürgen Stock, condenou os traficantes de pessoas numa declaração.
“Quer sejam crianças, homens ou mulheres, os traficantes de seres humanos não mostram interesse na sua saúde física e mental. Eles simplesmente consideram as suas vítimas como uma forma de ganhar dinheiro”, disse Stock.