Um consórcio de universidades e instituições de pesquisa belgas, alemãs e holandesas está planejando um observatório de alta tecnologia para ondas gravitacionais. Se depender do consórcio, o telescópio Einstein será diligentemente construído nos próximos anos em Limburgo, na Holanda, a uma profundidade de 200 a 300 metros abaixo da crosta terrestre.
Com esse prestigiado projeto internacional, os cientistas querem monitorar as ondas gravitacionais; e isso também beneficiará a indústria.
Telescópio Einstein
No início do século XX, Albert Einstein previu em sua teoria da relatividade a existência de ondas gravitacionais, flutuações na curvatura do espaço-tempo. Em 2015, essas ondas gravitacionais foram observadas pela primeira vez. Por isso, dois anos depois, os três cientistas envolvidos ganharam o Prêmio Nobel de Física. Desde então, as ondas gravitacionais estão em destaque. E até levou a uma nova área de pesquisa científica: a astronomia gravitacional.
“Usamos telescópios para monitorar essas ondas gravitacionais. Para olhar as estrelas, esses telescópios estão melhor posicionados em locais mais remotos. Mas não é assim para os telescópios estudarem ondas gravitacionais. Para isso, precisamos de infraestrutura específica, com lasers de alta tecnologia, com túneis subterrâneos que podem ser realizados em áreas densamente povoadas. Esse subterrâneo é importante para suprimir vibrações naturais e provocadas pelo homem”, disse Nick van Remortel, professor de física da Universidade de Antuérpia, na Bélgica.
Centro de pesquisa ETpathfinder
Um consórcio belga-alemão-holandês tem planos concretos para realizar o Telescópio Einstein em solo holandês. Esse projeto se encaixaria no novo roteiro do ESFRI (Fórum Europeu de Estratégia sobre Infraestruturas de Pesquisa). Se o consórcio o fizer, as obras nos túneis de 10 a 15 Km de extensão poderão começar por volta de 2025, para que o Telescópio Einstein possa entrar em operação em 2032. Em 2021, a Europa tomará a decisão final.
Os planos já foram apresentados em julho deste ano, na Casa do Porto de Antuérpia, na Bélgica.
“É claro que queremos realizar o Telescópio Einstein, uma placa da nova geração de infraestrutura de pesquisa em larga escala. Mas o telescópio não se sustenta por si só. No período que antecede a nossa candidatura, os parceiros também querem construir um centro de pesquisa ultramoderno, o “ETpathfinder”, em Maastricht, na Holanda. Essa infraestrutura deve se transformar em um centro internacional de pesquisa em astronomia gravitacional, técnicas de medição de alta precisão, isolamento sísmico, software de medição e controle, tecnologia criogênica e óptica quântica”, disse van Remortel.
Experiência da indústria
O centro de pesquisa ETpathfinder será crucial para os cientistas do consórcio. Mas pesquisadores internacionais também encontrarão o caminho para Maastricht. O financiamento é fornecido com recursos do programa Interreg Europeu, complementado com capital inicial dos governos holandês e belga e das universidades envolvidas.
“A pesquisa científica fundamental será o foco, mas em escala industrial. Nós, cientistas, impomos requisitos extremos de qualidade para os instrumentos de que precisamos. Portanto, a experiência da indústria é necessária”, disse Van Remotel.
“Dessa maneira, conseguimos uma fertilização cruzada entre ciência e tecnologia por um lado, e indústria, por outro. Estou pensando, entre outras coisas, em novas tecnologias, como espelhos de silício altamente resfriados. Todo o projeto deve ser alojado em uma “sala limpa”, um ambiente extremamente livre de poeira. Também precisamos da experiência da indústria para isso”, explicou Van Remortel.
Para mais informações sobre o ETpathfinder, clique neste link.