No próximo domingo (4), em El Salvador, o presidente Nayib Bukele, conhecido por uma série de medidas conservadoras que resultaram em ações enérgicas contra o crime organizado, buscará a reeleição em um pleito marcado pela quebra da proibição da reeleição no país.
Ao longo dos últimos quatro anos, o governo Bukele realizou milhares de prisões contra criminosos, inaugurou novas unidades prisionais e empregou as Forças Armadas nas ruas para combater a criminalidade. Agora, desafiando as restrições legais à reeleição, o presidente busca dar continuidade a sua agenda, respaldado por um forte apoio popular.
Pesquisas de intenção de voto indicam que a maioria dos salvadorenhos apoia Bukele, em grande parte devido às políticas conservadoras implementadas em todo o país. As eleições estão agendadas para este domingo, e o Conexão Política acompanhará todo o processo eleitoral, desde a véspera do pleito até a apuração e o pós-eleição.
Bukele, com apenas 42 anos, conseguiu neutralizar gangues violentas que assolavam El Salvador, transformando-o em um dos lugares mais perigosos do mundo. Sua gestão focou na restauração da segurança pública, antes dominada por décadas de guerra entre gangues, que resultou em colapso econômico, milhares de mortes de civis inocentes e uma forte migração da população para outros países.
O presidente, reconhecido por seu estilo peculiar, incluindo o uso frequente de boné invertido, prometeu mudanças e, desde sua eleição em 2019, tem cumprido suas promessas de campanha. Caso seja reeleito, Bukele consolidará seu controle sobre todos os setores do governo.
Com a possível vitória, ele se unirá a outros líderes de direita na América Latina, como Lacalle Pou (Uruguai), Santiago Peña (Paraguai) e Javier Milei (Argentina), que consolidam uma nova onda direitista. O fenômeno não se restringe à região, refletindo também uma tendência global de ascensão de líderes de direita, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se prepara para a corrida presidencial de 2024.
Cada vitória tem sido vista por analistas como fortalecimento da liderança da direita, com potencial para influenciar eleições em todo o mundo. A Europa, por exemplo, tem experimentado ampla guinada após anos de domínio de agendas progressistas.