Nesta quarta-feira (30), o presidente americano Donald Trump divulgou a foto de Conan, um pastor belga Malinois militar ligado à Força Delta do Exército dos EUA (Delta Force) que participou da operação no domingo (27) que matou o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, em um Comando Conjunto de Operações Especiais secreto na Síria.
Uma fonte sênior do Pentágono disse à Newsweek que o cachorro recebeu o nome do comediante Conan O’Brien, e não do famoso “Conan – O Bárbaro”.
Donald Trump compartilhou uma imagem – feita em Photoshop – mostrando o presidente americano presenteando Conan com uma medalha em forma de uma pata canina a uma fita azul, semelhante à Medalha de Honra dada aos heróis de guerra nos EUA.
“HERÓI AMERICANO!” tuitou o mandatário americano.
AMERICAN HERO! pic.twitter.com/XCCa2sGfsZ
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 30, 2019
Conan ficou ferido durante a operação de domingo, quando al-Baghdadi detonou um colete suicida que além de se matar, acabou levando a vida dos seus três filhos.
O general do exército dos EUA, Mark A. Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto, disse em uma reunião do Pentágono na segunda-feira que Conan estava “levemente ferido e se recuperando totalmente”. O Pentágono informou que animal foi fundamental para o ataque secreto.
Cães militares
Cães militares são normalmente oficiais não-comissionados com uma classificação mais alta que seus treinadores. Os cães de trabalho têm sido usados desde a Primeira Guerra Mundial, e geralmente são designados para operações especiais ou missões de alto nível, que incluem farejar e encontrar dispositivos explosivos improvisados.
De acordo com registros históricos do exército dos EUA, durante a Primeira Guerra Mundial, o “sargento Stubby”, que morreu em abril de 1926, foi o primeiro cão na história do Exército dos EUA a receber posto militar. Ele participou de quatro grandes ofensivas, e a primeira lesão de Stubby em combate foi por exposição a gases.
Missão de Conan
A Agência Central de Inteligência americana apenas conseguiu localizar Abu Bakr al-Baghdadi graças ao trabalho de Conan, que conseguiu identificar sua localização através de uma cueca suja que um espião curdo havia roubado do líder terrorista.
A Fox News relatou que as forças curdas revelaram que Conan foi fundamental para rastrear e vigiar al-Baghdadi, pois o líder terrorista se movia com frequência e poderia partir de seu esconderijo em Idlib, na Síria, a qualquer momento.
O serviço de inteligência curda conseguiu seguir al-Baghdadi até o complexo várias semanas antes, mas, aparentemente, tiveram problemas para descobrir exatamente como provar à CIA, que também observava al-Baghdadi, que eles estavam de olho nele sem ceder detalhes de sua operação. Então, um espião curdo teve uma ideia: roubar a cueca do líder terrorista do EI.
Segundo a Fox News, antes que al-Baghdadi pudesse mudar de localização novamente, um agente secreto curdo conseguiu alcançá-lo e roubar uma cueca suja do terrorista. Através de um teste de DNA, eles foram capazes de confirmar 100% que a pessoa sob suspeita era realmente al-Baghdadi.
O consultor sênior do SDF, Polat Can, detalhou a operação curda no Twitter.
“Uma de nossas fontes conseguiu chegar à casa onde al-Baghdadi estava escondido. Al-Baghdadi mudava de local de residência com muita frequência. Ele estava prestes a se mudar para um novo local em Jerablus. Nossa própria fonte, que conseguiu chegar a al-Baghdadi, trouxe as roupas íntimas de Al Baghdadi para realizar um teste de DNA e garantir (100%) que a pessoa em questão fosse o próprio al-Baghdadi”, disse Polat Can no Twitter.
Polat Can afirma que os curdos foram fundamentais para dirigir o ataque e parece sugerir que o exército curdo participou, de alguma forma, do ataque que resultou na morte de al-Baghdadi. Uma fonte disse à Fox News que os curdos forneceram um “homem interno” às forças armadas americanas, que ajudou a direcionar soldados americanos quando estavam no complexo de al-Baghdadi e foram úteis no mapeamento do sistema de túneis de fuga onde al-Baghdadi se explodiu.
O presidente Donald Trump e outros líderes do Departamento de Defesa dos EUA agradeceram ao exército curdo por sua ajuda.
Trump apresentou detalhes sobre a operação das Forças Especiais na Síria e, afirmou que al-Baghdadi foi achado “choramingando como um cachorro covarde e encurralado em um túnel”.
A explosão decapitou al-Baghdadi, mas sua cabeça permaneceu intacta após a explosão, permitindo que os comandos usassem biometria e o reconhecimento facial para identificá-lo imediatamente.
Trump disse que os militares americanos também levaram amostras do DNA de al-Baghdadi para verificar sua identidade com um teste no local que produziu resultados positivos em apenas 15 minutos.