Neste domingo (30), a França registrou um comparecimento histórico nas primeiras horas das eleições legislativas antecipadas, sinalizando um aumento expressivo no interesse popular em meio à ascensão da direita. O Ministério do Interior francês informou que até o meio-dia (7h em Brasília), 25,09% do eleitorado já havia votado, o maior índice em décadas para esse horário.
Para efeito de comparação, nas eleições de 2022, apenas 18,43% do eleitorado tinha votado até o meio-dia, e em 2017 esse número foi de 19,24%. O último pleito com uma participação similar foi em 1997, com 22,74%. A estimativa para este domingo é que a participação total possa atingir entre 64% e 66%, uma alta considerável frente aos 47,51% registrados no primeiro turno das eleições de 2022.
As eleições antecipadas foram convocadas por Macron em 9 de junho, após a vitória do RN nas eleições europeias da França, colocando em risco a hegemonia do presidente. Com a possibilidade real de a direita chegar ao poder pela primeira vez desde a libertação da França em 1945, o cenário político europeu pode sofrer mudanças significativas, com repercussões na política de apoio à Ucrânia e nas relações com a Rússia.
Jordan Bardella, de 28 anos, é o candidato do RN a primeiro-ministro, prometendo políticas restritivas de imigração, maior autoridade nas escolas e redução nas contas de eletricidade. De acordo com uma pesquisa da Ipsos, o RN e seus aliados possuem 36% dos votos, seguidos pela coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) com 29%, e a aliança de centro-direita de Macron com 20%.
O sistema eleitoral francês, que elege os 577 deputados em círculos eleitorais de um único membro com um sistema majoritário de dois turnos, conclui o resultado somente no segundo turno, marcado para 7 de julho, ainda em aberto.