Pela primeira vez em décadas, milhares de pessoas desafiaram o governo da China e foram às ruas protestar contra a política de lockdowns infinitos e testes em massa incessantes imposta pelo Partido Comunista Chinês (PCC). “Quero liberdade” tornou-se um verdadeiro grito de guerra para milhares de chineses fartos da censura e do controle cada vez maior do regime comandado por Xi Jinping.
A onda de protestos é liderada principalmente pela geração mais jovem, inclusive alguns jovens demais para terem participado de atos anteriores de dissidência aberta contra o Estado chinês.
Nesta terça-feira (29), em uma investida repressiva, autoridades chinesas passaram a abrir inquéritos contra pessoas que estavam presentes nos atos contra o governo. Dois manifestantes disseram à agência Reuters que receberam ligações da polícia de Pequim pedindo que se apresentassem a uma delegacia para dar depoimentos.
Um estudante universitário afirmou ter sido questionado por sua faculdade se ele estava em uma região onde foi feito um protesto no último domingo (27). “Estamos todos deletando desesperadamente nosso histórico de bate-papos on-line”, disse uma outra testemunha que participou de uma manifestação na capital chinesa.
Ainda não há detalhes sobre como as autoridades comunistas identificaram os cidadãos que estiveram nos atos. Também não foi esclarecido quantos manifestantes seriam inquiridos pelo governo chinês.
O Departamento de Segurança Pública de Pequim ainda não respondeu aos pedidos de manifestação enviados pela imprensa internacional. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores se limitou a dizer que “direitos e liberdades devem ser exercidos dentro da estrutura da lei”.
Foram registrados protestos em praticamente todas as grandes cidades da China, incluindo Hong Kong, que em 2020 impôs uma “lei de segurança nacional” usada para reprimir os manifestantes com o uso da força. Na última segunda (28), um jornalista da BBC chegou a ser preso durante a cobertura dos atos contra o lockdown no país.
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