Na noite desta quarta-feira (31), o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) não conseguiu aprovar um projeto de resolução que buscava aumentar a pressão sobre a Venezuela e seu líder, Nicolás Maduro. A votação terminou com 17 votos a favor, 17 abstenções e 5 delegações ausentes.
Entre os países que se abstiveram, estavam o Brasil, Bolívia, Colômbia, Honduras e vários países caribenhos. O México, que tem uma posição similar à do Brasil, não participou da votação. Por outro lado, países como Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Estados Unidos e Canadá votaram a favor da resolução.
O texto proposto determinava que a Venezuela deveria “publicar imediatamente os resultados da votação das eleições presidenciais em nível de cada seção eleitorar” e realizar “uma verificação abrangente dos resultados na presença de organizações de observação independentes para garantir a transparência, credibilidade e legitimidade dos resultados eleitorais”. Além disso, levantava a importância de preservar todos os equipamentos utilizados no processo eleitoral, como atas e resultados impressos, para garantir a integridade do processo.
O documento também expressava solidariedade ao povo venezuelano e comprometia-se a continuar atento à situação no país, pedindo ao governo venezuelano que garantisse a segurança das instalações diplomáticas e do pessoal residente em território venezuelano, incluindo aqueles que solicitaram asilo nessas instalações, em conformidade com o direito internacional.
A estratégia diplomática dos Estados Unidos, Argentina, Equador e Paraguai visava alcançar um consenso e expor as divisões regionais durante o debate. No entanto, essa abordagem não conseguiu o apoio necessário. Brasil e México, que se abstiveram e atuaram nos bastidores, obtiveram o apoio de outros países com dependência energética da Venezuela ou laços geopolíticos com seus aliados, como China e Rússia.
Enquanto líderes como Lula da Silva e Andrés Manuel López Obrador (AMLO) adotaram uma postura mais cautelosa, líderes como Javier Milei (Argentina) e Santiago Peña (Paraguai) se uniram para condenar o governo venezuelano. Contudo, a iniciativa não avançou.