Apontada como um dos países que mais emitem gases poluentes do mundo, a China esteve recentemente sob forte pressão internacional por ser a maior fonte mundial dos gases causadores do efeito estufa. Em 2021, a gigante asiática foi confrontada na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26).
Na ocasião, Pequim apresentou chegou até a apresentar suas metas climáticas atualizadas, mas sem refletir em algo surpreendente, com promessas de reduzir emissões de carbono antes de 2030 e alcançar neutralidade até 2060.
Ainda naquele ano, o relatório divulgado pela própria COP-26 mostrou que a China é o país mais poluidor da atmosfera, sendo responsável por 31% da emissão de CO² (carbono), principal gás do efeito estufa daquele período. O estudo foi anunciado durante a conferência do meio ambiente, realizado pelo consórcio internacional de cientistas Global Carbon Project.
Historicamente, os Estados Unidos costumavam liderar os rankings globais relacionados às nações poluentes. No entanto, em 2006, a China disparou e ultrapassou os EUA como o maior emissor mundial de dióxido de carbono (CO2) — gás do efeito estufa mais abundante na atmosfera.
13 anos depois, em 2019, período que antecedeu o surto da Covid-19 no mundo, as emissões desses gases pela China foram quase 2,5 vezes maiores do que as dos Estados Unidos e mais do que todos os países em desenvolvimento juntos, de acordo com uma análise do Grupo Rhodium.
Em termos equivalentes de CO2 — forma de medir todos os gases de efeito estufa como se fossem CO2 — o país asiático emitiu 14,1 bilhões de toneladas métricas em 2019, que correspondeu a mais de um quarto das emissões totais do mundo.
Brasil e China
Agora, em 2023, sob comando de uma nova gestão federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o líder chinês Xi Jinping concordaram em “ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral” entre o Brasil e a China, sob alegação de combate às mudanças climáticas.
Conforme uma nota conjunta divulgada nesta sexta-feira (14), os líderes reconheceram que o assunto “representa um dos maiores desafios” do cenário atual e que o enfrentamento da crise “contribui para construir um futuro compartilhado de prosperidade equitativa e comum para a humanidade”.
Entre as ações que os países se comprometeram a adotar está o estabelecimento de um Subcomitê de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas no contexto da Cosban (Comitê de Coordenação e Cooperação de Alto Nível China-Brasil), além de trabalharem juntos em áreas de transição para, segundo as duas nações, atuarem em favor de uma economia global sustentável e de baixo carbono, no desenvolvimento de indústrias verdes de energias renováveis, na mobilidade elétrica, entre outros.
— Pretendemos nos engajar de forma colaborativa no apoio à eliminação do desmatamento e da exploração madeireira ilegal global através da aplicação efetiva de suas respectivas leis de proibição de importações e exportações ilegais — diz o comunicado.
As nações também devem atuar no desenvolvimento do novo satélite CBERS-6 que, segundo as autoridades, visa permitir “um melhor monitoramento da cobertura florestal”. O setor de tecnologia, inclusive, faz parte do programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), firmado em 1988 entre os dois países.