Após o presidente da França, Emmanuel Macron, declarar que “continuar dependendo da soja brasileira seria endossar o desmatamento da Amazônia”, o deputado federal Alceu Moreira (MDB), que comanda a Frente Parlamentar da Agropecuária na Câmara, reagiu às declarações do francês e veiculou uma nota de resposta, frisando um “profundo constrangimento” com as declarações do mandatário, “sem nenhum dado oficial que comprove tal ilação”.
“A França, em toda sua história, nunca demonstrou tanto desespero em relação ao desenvolvimento sustentável que o Brasil alcança ano a ano, com novas tecnologias e uma agricultura de precisão que garante duas safras/ano, responsável pelo aumento robusto de nossa produtividade ao longo dos últimos 40 anos, a um custo diferenciado para abastecimento interno e do mundo todo.”, diz o texto.
Segundo Moreira, o Brasil é uma “potência agrícola”.
“Somos uma potência agrícola por vocação e possuímos uma área de 66,3% de vegetação protegida e preservada, sendo que apenas 20,5% estão em imóveis rurais. De todo o território nacional, utiliza-se apenas 7,8% para lavouras e florestas plantadas. E quais são os números de ocupação de solo na França?”, questiona.
O líder da bancada fez questão de deixar claro que, “atualmente, apenas 10% da soja brasileira é produzida no bioma Amazônico, sem contar que toda a produção está dissociada de qualquer processo de desmatamento desde 2008”.
Por fim, Alceu Moreira subiu o tom contra o presidente francês.
“Não aceitaremos acusações desse tipo. O Brasil é um grande exportador mundial de alimentos, um dos maiores responsáveis pelo abastecimento alimentar no mundo e ocuparemos nosso lugar, independente das guerras comerciais em franco desenvolvimento na França. Somos sustentáveis, cumprimos regras sanitárias e ambientais mais rígidas do que os países competidores e estamos alcançando um padrão de qualidade nunca visto antes, sem aumentar nossa área de plantio. Para a França alcançar o patamar do Brasil, vai precisar conquistar novos territórios, o que a modernidade e a civilidade não permitem mais.”