A Venezuela fechou suas fronteiras nesta sexta-feira, dias antes das eleições presidenciais marcadas para domingo. A Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) informou que a medida visa garantir a segurança durante o processo eleitoral.
Logo após o anúncio, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, relatou que um avião com ex-presidentes, incluindo Mireya Moscoso (Panamá) e Vicente Fox (México), foi impedido de decolar do Aeroporto Internacional de Tocumen. Eles estavam a caminho da Venezuela para acompanhar as eleições. Além disso, uma delegação de 10 membros do Partido Popular (PP) espanhol foi detida no aeroporto de Caracas, segundo Alberto Núñez Feijóo, líder do PP.
O governo brasileiro e outros países da região expressaram preocupação com a condução das eleições na Venezuela. O ditador Nicolás Maduro tem sido criticado por impedir a participação de candidatos da oposição.
O ministro das Relações Exteriores do Panamá, Javier Martínez Acha, convocou a missão diplomática venezuelana para explicar o bloqueio do espaço aéreo à Copa Airlines. “O Panamá respeita os processos democráticos internos da Venezuela, mas não pode permitir que aviões panamenhos sejam retidos por questões políticas”, afirmou Martínez Acha.
Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e ex-alta comissária de direitos humanos da ONU, apelou às autoridades venezuelanas para garantir os direitos humanos durante as eleições. ”Este pleito é uma oportunidade para a Venezuela avançar em direção a um futuro mais estável e democrático”, disse Bachelet.
Na semana passada, os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores da Venezuela emitiram uma resolução estabelecendo controle rigoroso no deslocamento fronteiriço de pessoas. No entanto, o documento não mencionava explicitamente o fechamento das fronteiras.