Os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, subiram o tom contra a ditadura venezuelana e rechaçaram a exclusão de opositores nas eleições na do país.
O alinhamento entre os dois líderes ocorreu durante a cúpula do Mercosul nesta terça-feira (4). Eles exigiram uma posição clara do bloco em relação ao regime do ditador Nicolás Maduro, suspenso do grupo desde 2016.
“Todos sabemos o que pensamos sobre o regime venezuelano, todos temos opinião clara. É preciso que sejamos objetivos”, disse o líder uruguaio.
“Está claro que a Venezuela não vai virar uma democracia saudável e quando há um indício de possibilidade de uma eleição, uma candidata como María Corina Machado, que tem um enorme potencial, é desqualificada por motivos políticos, não jurídicos”, emendou.
Entre outras coisas, Lacalle Pou concluiu:
“Alguém pode dizer: o que isso tem a ver com o Mercosul? Tem a ver porque os distintos blocos e associações do mundo alçaram sua voz a favor da democracia. […] Tem que haver um sinal claro para que o povo venezuelano possa se encaminhar a uma democracia plena, o que hoje claramente não tem.”
Ainda no Mercosul, o paraguaio Mario Abdo Benítez, que está de saída da Presidência, colocou seu sucessor, Santiago Peña, ao seu lado na reunião.
Peña é do mesmo partido de Marito, que discursou na mesma linha.
“O único limite razoável [para a integração dos países] deve ser o respeito à democracia e aos direitos humanos”, externou.
Benítez diz que está vendo os últimos eventos na Venezuela “com muita preocupação” e que “a coerência não pode ser deixada de lado no último minuto”.
“Este problema não é pela visão ou obsessão do presidente do Paraguai, é um feito que choca de frente e escandalosamente com os direitos humanos”, finalizou.