O empresário Elon Musk, dono do X/Twitter, anunciou neste sábado (31) que trará ao conhecimento público uma “longa lista de crimes” que, segundo ele, foram cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Musk afirma que o material veiculado incluirá as leis brasileiras específicas que o ministro violou em suas ações como magistrado. A declaração vem em meio à suspensão do X/Twitter em todo o território nacional, ordenada por Moraes após a plataforma se recusar a nomear um representante legal no país.
A rede social já começou a deixar de funcionar em todo o território nacional, mas brasileiros ainda têm acesso à plataforma no exterior e seguem publicando capturas de tela [print screen] de postagens em outras plataformas digitais. Foi assim que o Conexão Política conseguiu acessar e reportar as mensagens de Musk, considerando o interesse público e a relevância jornalística do caso.
“Obviamente, ele [Moraes] não precisa obedecer às leis dos EUA, mas precisa obedecer às leis de seu próprio país. Ele é um ditador e uma fraude, não um juiz”, escreveu Musk no X.
A decisão de suspender a rede social no Brasil é mais um confronto acirrado na disputa entre Moraes e Musk. O embate se intensificou desde que, em 17 de agosto, o X/Twitter fechou seu escritório no Brasil e demitiu todos os funcionários locais. A empresa alega risco de prisão, visto que Moraes ameaçou prender a equipe da plataforma digital no país.
Com receio de colocar os integrantes da companhia sob a mira do judiciário, o bilionário decidiu não mais ter pessoas representando a empresa no Brasil. Musk é alvo de duas investigações pela Justiça brasileira. O inquérito 4.957 apura acusações de obstrução à Justiça, envolvendo “organização criminosa e incitação ao crime”.
A decisão que abriu o inquérito, emitida em 6 de abril, alega que Musk iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), instigando desobediência e obstrução à Justiça.
Além disso, Musk foi incluído em uma investigação sobre milícias digitais, iniciada em julho de 2021, que apura a “instrumentalização criminosa” do X para condutas contrárias à democracia. O ministro Alexandre de Moraes, ao justificar a inclusão de Musk na investigação, argumentou que há “fortes indícios de dolo” por parte do bilionário na condução da rede social.
Embora, na decisão, Moraes tenha mencionado Musk como CEO do X, o cargo é ocupado atualmente por Linda Yaccarino.