O senador Ciro Nogueira (PP-PI), líder do centrão e futuro ministro-chefe da Casa Civil, possui duas denúncias pendentes junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também responde a um terceiro inquérito ainda em andamento na Corte. Todos os casos são derivados da Operação Lava Jato e tramitam desde 2017.
Em uma das denúncias, o congressista é acusado de receber R$ 7,3 milhões da Odebrecht em troca de apoio político a causas de interesse da empreiteira. A peça foi apresentada em fevereiro do ano passado pela subprocuradora Lindôra Araújo, braço direito de Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República (PGR).
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A segunda peça criminal acusa o parlamentar de obstruir as investigações sobre uma suposta organização criminosa formada por integrantes do PP, sigla na qual Nogueira é presidente nacional. Segundo a PGR, ele teria atuado em conluio com deputados para dissuadir uma testemunha que prestaria depoimento à Polícia Federal (PF).
A primeira denúncia ainda não foi analisar pelo relator, ministro Edson Fachin. A segunda, contudo, já tem dois votos para torná-lo réu, em julgamento a ser retomado após o pedido de vistas do ministro Gilmar Mendes.
Com relação ao terceiro inquérito em andamento, as investigações apuram suposto recebimento de propinas pagas pelo Grupo J&F em troca do apoio do PP à chapa Dilma-Temer, em 2014. O mesmo procedimento apura recebimento de vantagens indevidas em troca do rompimento da legenda com o governo petista em 2016.