Segundo apurou o Conexão Política, o tamanho das manifestações deste sábado (12), em São Paulo, surpreendeu novamente a oposição.
O ex-presidente Lula, por exemplo, não demorou para reagir à grande adesão do ato pró-governo.
Organizado há pouco mais de um mês e com proporções iniciais consideráveis, a ‘motociata’ foi ganhando muita visibilidade ao ponto de ser manchete na imprensa.
A princípio, o ‘Acelera Para Cristo’ aconteceria sem a presença de Bolsonaro. Contudo, após o mandatário dizer que marcaria presença no local, o número de pessoas confirmando comparecimento não parava de crescer.
Na manhã e tarde de ontem, Bolsonaro reuniu milhares de apoiadores de ponta a ponta da capital paulista. Inicialmente, o trajeto divulgado pelos organizadores era bem menor: ia apenas do sambódromo até a Avenida Paulista. No entanto, a quantidade de motociclistas surpreendeu até mesmo os aliados do governo. A partir disso, houve um acordo para estender ainda mais o percurso.
Os apoiadores saíram de Santana — seguindo pela marginal Tietê — e continuaram até o km 62 da rodovia dos Bandeirantes, que estava fechada em todos os sentidos à espera do presidente da República. No retorno, eles continuaram pela marginal Pinheiros, avenidas dos Bandeirantes e Rubem Berta. O encerramento ocorreu no obelisco do Ibirapuera.
Em reação, Lula criticou a motociata e ignorou os atos da esquerda na Avenida Paulista, ocorridos no mês passado. Na visão dele, Bolsonaro ‘parece’ causar as aglomerações de ‘provocação’.
“Ele junta os milicianos dele, muita gente não tem máscara, e parece que faz de provocação. É um problema da responsabilidade dele e eu não vou agir desse jeito”, declarou o petista.
O Conexão Política apurou também que outros nomes da política se manifestaram nos bastidores.
No entanto, a maior surpresa veio do Palácio do Bandeirantes. Sob condição de anonimato, duas fontes próximas ao governador João Doria disseram que o tucano não esperava tamanha adesão.
Sondado para ser o candidato do PSDB em 2022, Doria teria demonstrado preocupação e, em determinado momento, dito que a oposição precisaria reforçar o coro ‘nem Lula nem Bolsonaro’ ou, na pior da hipóteses, seguir as sinalizações que já estão sendo feitas por Fernando Henrique Cardoso.
Lideranças tucanas temem que a sigla não consiga dar voz ao que chamam de ‘frente única’ contra o governo Bolsonaro e precisem abrir total caminho para o líder petista.
O Conexão Política entrou em contato com o Palácio dos Bandeirantes, mas ainda aguardava resposta até o fechamento desta matéria.