A Suzano, uma das líderes mundiais na produção de celulose, registrou um lucro de R$ 3,2 bilhões no terceiro trimestre deste ano, conforme revelado em seu relatório financeiro divulgado nesta quinta-feira (24). O resultado foi impulsionado pela valorização do câmbio sobre sua dívida e operações com derivativos, além do aumento na receita líquida.
No segundo trimestre, a companhia havia apresentado um prejuízo de R$ 3,7 bilhões e, no mesmo período do ano passado, as perdas foram de R$ 729 milhões. A receita líquida da Suzano no terceiro trimestre alcançou R$ 12,7 bilhões, com 79% desse valor proveniente de exportações (em comparação com 80% no segundo trimestre e 75% no terceiro trimestre de 2023).
Em relação ao segundo trimestre, a alta de 7% na receita líquida foi explicada pela desvalorização do real frente ao dólar (6%) e pelo aumento no volume de vendas (4%), embora tenha havido uma queda no preço médio da celulose em dólares (-4%).
No período, a Suzano vendeu 2,6 milhões de toneladas de celulose, um crescimento de 6% na comparação anual, e 360 mil toneladas de papel, um aumento de 9%. A geração de caixa operacional, medida pelo Ebitda ajustado, foi de R$ 4,3 bilhões no terceiro trimestre. A redução de 6% na geração de caixa operacional por tonelada, em relação ao trimestre anterior, foi atribuída a maiores despesas de capital de manutenção e a um Ebitda ajustado menor por tonelada.
Comparando com o terceiro trimestre do ano passado, o crescimento de 118% na geração de caixa operacional por tonelada foi impulsionado pelo maior Ebitda ajustado, parcialmente compensado por maiores despesas de capital. A margem Ebitda recuou de 55% no segundo trimestre para 53% agora.
O aumento de 4% no Ebitda, comparado ao segundo trimestre, foi principalmente decorrente da valorização do dólar e do aumento no volume de vendas, embora o preço da celulose tenha caído. Já em relação ao terceiro trimestre de 2023, o Ebitda subiu 77%, beneficiado pelo preço mais alto da celulose e pela valorização do dólar.
A dívida bruta da Suzano ao fim de setembro era de R$ 87,8 bilhões, com 91% dos vencimentos de longo prazo e 80% dessa dívida em moeda estrangeira. Após a contabilização dos efeitos de hedge, a dívida bruta em moeda estrangeira foi ajustada para 89%.
Em comparação com o trimestre anterior, a dívida bruta caiu 1%, refletindo a amortização de principal, juros e uma variação cambial favorável de R$ 1,371 bilhão. As despesas financeiras foram 36% maiores em relação ao segundo trimestre, principalmente devido à redução dos juros capitalizados relacionados ao Projeto Cerrado, que entrou em operação em julho.