Os advogados do ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentarão à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) esclarecimentos de que ele se afastou da gestão da empresa offshore Dreadnoughts em dezembro de 2018, um mês antes de assumir a pasta.
Em nota oficial, a defesa negou que o ministro tenha atuado de forma a misturar interesses públicos com privados.
Assinado pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso e enviado pela assessoria de imprensa do Ministério da Economia, o texto informou que os documentos a serem enviados aos dois órgãos mostram não ter havido nenhuma remessa ou retirada de valores para a companhia desde a posse como integrante do governo.
Os defensores também negaram que ele tenha se beneficiado de forma privada de qualquer decisão relativa à política econômica brasileira.
Segundo o comunicado, toda documentação e informação pessoal do ministro foi enviada à Comissão de Ética Pública e aos demais órgãos competentes, no início do mandato. A nota classificou de “ilações e mentiras” as acusações de que tenha usado o cargo para aumentar a fortuna pessoal.
O texto acrescenta que Guedes juntará todos os documentos necessários para demonstrar que não violou o Código de Conduta da Alta Administração Federal nem a Lei de Conflitos de Interesses.
O boletim ressalta que o ministro permanece à disposição das autoridades públicas e do Congresso Nacional para prestar esclarecimentos.
Nesta última terça-feira (5), a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou convocação para que Guedes detalhe a participação na offshore.
No Senado, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou o convite para que ele e o presidente do Banco Central, que manteve uma offshore no Panamá, apresentem explicações.
Na segunda-feira (4), a Procuradoria-Geral da República abriu uma investigação preliminar sobre o caso.
Ainda no domingo (3), Guedes e Campos Neto informaram que as offshores foram declaradas à Receita Federal, ao Banco Central, à Comissão de Ética Pública da Presidência da República e às demais autoridades competentes.
A existência das empresas no exterior, que não é crime, foi divulgada pelo Pandora Papers, investigação de um consórcio internacional de jornalistas com base em documentos vazados de 14 escritórios de advocacia.