Pela primeira vez na história, as Forças Armadas do Brasil vão abrir a possibilidade de mulheres se alistarem para a carreira de soldado. A decisão foi anunciada pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, após discussões com os comandantes militares.
É previsto que as mulheres possam ingressar nas fileiras militares em 2026. Atualmente, elas já têm acesso a carreiras militares por meio de escolas de formação de oficiais, embora com algumas restrições. A Marinha é a única que permite mulheres em áreas de combate, como os fuzileiros navais.
“Nesse assunto, o Brasil deve muito. E não é para fazer serviço de enfermagem e escritório, é para a mulher entrar na infantaria. Queremos mulheres armadas até os dentes”, afirmou Múcio ao jornal Folha de S.Paulo.
O alistamento feminino será voluntário e estará disponível para mulheres que completarem 18 anos em 2025, de acordo com os planos do Ministério da Defesa. O formato seguirá o serviço militar masculino, mas sem a obrigatoriedade de apresentação para as mulheres.
Embora tenha havido consenso entre os chefes militares sobre a inclusão feminina, ainda existem divergências sobre a quantidade de vagas que devem ser destinadas a elas. Essa questão será decidida pelo ministro José Múcio.
A inclusão das mulheres no alistamento militar foi discutida pelo Alto Comando do Exército em sua última reunião, realizada entre os dias 13 e 17 de maio, com a participação dos 16 generais da cúpula. Durante o encontro, foram apresentados estudos do Estado-Maior do Exército, sugerindo a abertura de 1.000 a 2.000 vagas para mulheres em 2025, com prioridade para áreas onde já há presença feminina, como hospitais, escolas e bases administrativas.
Internamente, a justificativa para esse número limitado de vagas é que ainda não se sabe quantas mulheres irão buscar o alistamento. Além disso, é necessário ajustar as instalações para acomodar as novas recrutas, com separação de dormitórios e adaptação de banheiros, entre outras coisas.