Inclusão, minorias e representatividade são assuntos debatidos com frequência pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, foi montada em cima de discursos que flertam com esses ideais.
Em tese, o comportamento da legenda parece estar comprometido com essas causas, cujo eleitorado predomina entre os que simpatizam com o espectro político de esquerda. A prática, no entanto, está bem longe do que é externado pelos caciques e demais lideranças da sigla diuturnamente.
Em reportagem divulgada neste domingo, 30, o jornal O Estado de S. Paulo traça o perfil massivo dos que compõem a equipe de transição do governo Lula.
O time que prepara caminho para a nova gestão é formada majoritariamente por homens, brancos, paulistas e filiados ao PT. Dos mais de 300 integrantes escalador para compor o grupo, aproximadamente 1/3 pertence ao partido. A quantidade de petistas já indica, inclusive, que Luiz Inácio pode descumprir a promessa de fazer um governo de centro, dita por ele durante a disputa ao Palácio do Planalto.
Além disso, o Nordeste não obtém protagonismo entre os nomes que foram escolhidos a dedo. A região do Sudeste predomina no governo de transição, com pelo menos 144 integrantes (48%).
O gabinete transitório tem sotaque paulista, com total de 94 nomes nos assentos reservados — assumindo a liderança isolada. Em seguida vem o Rio de Janeiro, com 33 representantes. Distrito Federal tem 29, enquanto a Bahia ficou com 18 integrantes.
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