O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta segunda-feira (9) que houve omissão das Forças Armadas perante os acampamentos em frente a quartéis ao redor do Brasil.
O petista também acusou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e a Polícia do Exército, responsável pela guarda presidencial, de serem coniventes com as invasões a prédios públicos no último domingo (8).
“As pessoas estão livremente reivindicando golpe na frente dos quartéis. Nenhum general se moveu para dizer: ‘não pode acontecer isso, é proibido pedir isso, não vamos fazer isso’. Dava impressão de que tinha gente que gostava quando o povo estava clamando golpe. Lá em São Paulo tinha barraca, almoço, churrasco, banheiro químico, como aqui em Brasília também”, afirmou ele.
Segundo o chefe do Executivo, a escalada de tensão na capital federal se deu porque os manifestantes não têm uma pauta de reivindicação e defendem um golpe de Estado no país, motivo pelo qual seria difícil negociar com os grupos.
A fala de Lula foi proferida durante seu discurso com governadores e representantes dos 26 estados e do Distrito Federal. A reunião aconteceu mais cedo no Palácio do Planalto e reuniu as principais autoridades da República.
O esquerdista também declarou que os agentes de segurança que atuaram na Esplanada dos Ministérios foram negligentes e não fizeram nada para impedir o avanço dos vândalos.
“A polícia de Brasília negligenciou. A inteligência de Brasília negligenciou. É fácil a gente ver nas invasões os policiais conversando com os agressores. Já no dia 12 [de dezembro], na minha diplomação, o quebra-quebra que teve em Brasília, a PM acompanhava as pessoas tocando fogo em ônibus e nada foi feito. Havia conivência explicita da polícia apoiando os manifestantes”, criticou.
Na avaliação de Lula, a Polícia do Exército, responsável pela segurança do Palácio do Planalto e do presidente da República, também errou ao tratar as pessoas que invadiam os prédios públicos como “aliados”.
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