Em meio ao ano eleitoral, em que o Partido dos Trabalhadores (PT) e demais siglas buscam consolidar capital político para as eleições municipais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou nesta sexta-feira (26) o Programa Pé-de-Meia. Essa proposta representa uma espécie de poupança implementada pelo governo federal, destinada aos alunos de baixa renda matriculados no ensino médio.
A assinatura do decreto, que estabelece os valores e critérios para o recebimento dos benefícios, ocorreu durante uma cerimônia realizada no Palácio do Planalto.
Conforme os detalhes do programa, no ato da matrícula, no início do ano letivo, os estudantes do ensino médio receberão um aporte inicial de R$ 200 em suas contas poupança. Adicionalmente, a comprovação de frequência ao longo do ano proporcionará o direito ao recebimento de R$ 1,8 mil por ano, divididos em nove parcelas mensais de R$ 200 cada.
Dessa forma, o total destinado a cada aluno por ano letivo será de R$ 2 mil.
Ao concluir cada uma das três séries do ensino médio, além dos depósitos regulares, os alunos receberão um valor adicional de R$ 3 mil na conta poupança, equivalente a R$ 1 mil por série concluída.
O programa também prevê um incentivo financeiro de R$ 200 para os alunos de baixa renda matriculados na 3ª série que se inscreverem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Caso o estudante cumpra todos os requisitos estabelecidos ao longo dos três anos do ensino médio e se inscreva no Enem no último ano, ele poderá receber um montante total de R$ 9,2 mil.
O ‘Pé-De-Meia’, no entanto, já enfrenta críticas e questionamentos em meio ao cenário político. Apesar de suas implicações educacionais, a iniciativa tem sido interpretada como uma estratégia do Planalto para consolidar apoio político e fortalecer a sua imagem às vésperas das eleições municipais.
Uma das principais indagações está relacionada à fonte de financiamento para os repasses prometidos, especialmente considerando que o governo Lula encerrou o primeiro ano de mandato em 2023 com um rombo fiscal acima dos R$ 140 bilhões.
A gestão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também é alvo de críticas, com uma série de medidas marcadas por aumentos contínuos de taxas, abrangendo diversos setores, incluindo áreas essenciais na geração de empregos que necessitam de incentivos.
Outra preocupação diz respeito à percepção da população sobre o controle da inflação, contrastando com a realidade enfrentada no dia a dia. Apesar dos números oficiais indicarem certo controle inflacionário, muitos brasileiros afirmam não sentir a diminuição dos preços, reclamando dos valores elevados, especialmente em relação a alimentos considerados básicos. O arrocho tem feito com muitos reduzam as compras de itens essenciais, anteriormente parte integrante da mesa dos brasileiros.
Ainda assim, o governo Lula não hesitou em apresentar o programa social, que deve ser uma das grandes apostas políticas do Planalto ao longo de 2024 e, certamente, terá grande impacto nas eleições.