A economista Daniella Marques Consentino tomou posse nesta terça-feira (5) como presidente da Caixa Econômica Federal (CEF). Ela já havia sido eleita pelo Comitê de Elegibilidade do banco estatal na semana passada.
A cerimônia ocorreu na sede nacional da empresa, em Brasília (DF), e contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL), do ministro da Economia, Paulo Guedes, do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e diversas outras autoridades.
Ex-secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella substituirá Pedro Guimarães, que pediu demissão na quarta-feira (29) após denúncias de assédio sexual que estão sendo apuradas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Ele nega as acusações com veemência.
Em coletiva de imprensa, após assumir o posto, a nova presidente reforçou o compromisso de abrir um canal de diálogo com focos nas mulheres que trabalham na empresa.
Além disso, a executiva destacou a aprovação, pelo Conselho de Administração do banco, de um plano de ação que envolve a revisão de todas as políticas de integridade, prevenção de assédio, assim como a estrutura de governança de risco, a Ouvidoria e a Corregedoria da Caixa.
Daniella Consentino também confirmou que trocará todos os 26 cargos de consultoria estratégica que estão diretamente ligados à presidência da Caixa. Desses, seis já deixaram o cargo, incluindo o chefe de gabinete.
Além desses postos, dois vice-presidentes também foram afastados nos últimos dias. Uma empresa de consultoria externa também será contratada para atuar na investigação das denúncias de assédio dentro da empresa. Daniella informou que ainda não há previsão de quando o trabalho de apuração será concluído.
Daniella Consentino afirmou ainda que pretende seguir desenvolvendo a plataforma de microcrédito da Caixa, com foco em financiamento de pequenas empresas e microempreendedores.
Questionada, a presidente do banco afirmou que não há nenhuma orientação de privatização da Caixa, e que isso não é objeto nem de discussão neste momento. A venda de ativos, incluindo a plataforma de bancarização digital Caixa TEM, também não está no radar da economista.
No governo desde janeiro de 2019, Daniella foi chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia. Uma das principais auxiliares do ministro Paulo Guedes, ela assumiu a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade no início do ano.
Com formação em administração de empresas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), a nova presidente da Caixa tem MBA em finanças pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) e uma carreira no mercado financeiro.
Foi diretora-executiva da Oren Investimentos e diretora de Risco e Compliance, sócia e gestora de Renda Variável da Mercatto Investimentos. Antes de entrar no governo, foi sócia do ministro Guedes na Bozano Investimentos, sendo diretora de Compliance e Operações e Financeiras.