O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, deve mesmo deixar o cargo ainda nesta quarta-feira (29), em meio a acusações de assédio sexual feitas contra ele por funcionárias do banco. Para assumir o cargo, Jair Bolsonaro (PL) escolheu uma mulher: Daniella Marques.
Ela é considerada braço-direito do ministro Paulo Guedes, e atualmente é titular da Secretaria de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia.
Mais cedo, ainda na função, Guimarães comandou um evento da instituição. Foi a primeira aparição desde que as denúncias foram publicadas pelo site Metrópoles.
Na solenidade, que comemorou o lançamento do Plano Safra 2022/2023, ele não fez menções às acusações, mas agradeceu a presença de sua esposa, Marcela Guimarães.
“São quase 20 anos juntos, dois filhos, e uma vida inteira pautada pela ética. Tanto é verdade que, quando eu assumi o banco, o banco tinha os piores ratings (índices) das estatais […] Hoje somos um exemplo, eu tenho muito orgulho do trabalho de todos vocês e da maneira em que eu sempre me pautei em toda a minha vida”, declarou.
Conforme adiantado por este jornal digital, a saída de Pedro Guimarães será confirmada nas próximas horas. Assessores do Palácio do Planalto disseram à nossa equipe que a permanência dele no posto se tornou ‘insustentável’.
Nova presidente da Caixa
Antes de ingressar como secretária no Ministério da Economia, Daniella atuava como chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do ministro Paulo Guedes.
Formada em Administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e com MBA em Finanças pelo IBMEC/RJ, atuou por 20 anos no mercado financeiro, na área de gestão independente de fundos de investimentos.
Antes de ingressar no governo federal, foi chefe de operações da Bozano Investimentos, da qual foi sócia ao lado de Guedes.
A opção por Daniella Marques não agradou a membros do chamado Centrão, que sugeriam emplacar um aliado da ala política para comando o banco estatal.