O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seguirá a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e proibirá a entrada de viajantes vindos da África do Sul e de outros 5 países africanos.
Nesta sexta-feira (26), o órgão regulador emitiu nota técnica em que propõe restrições a voos do países África do Sul, Botsuana, Suazilândia, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
Segundo a agência, as medidas têm natureza emergencial e são temporárias. Com isso, uma portaria interministerial da Saúde, da Infraestrutura e da Justiça deve ser publicada nos próximos dias, acatando a orientação da Anvisa.
“Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa nova variante parece ter maior transmissibilidade e provavelmente está ligada ao aumento contínuo de infecções por SARS-CoV-2 nos referidos países, cuja cobertura vacinal ainda encontra-se baixa”, diz o comunicado.
Os cientistas alertam que a variante B.1.1.529, descoberta pela primeira vez em Botsuana e com seis casos de infecção confirmados na África do Sul, tem um “número extremamente alto” de mutações, o que pode levar a novas ondas de Covid-19.
Foram confirmados dez casos em três países (Botsuana, África do Sul e Hong Kong) por sequenciamento genético, mas a nova variante causou grandes preocupações aos pesquisadores porque algumas das mutações podem ajudar o vírus a escapar à imunidade.
A variante B.1.1.529 tem 32 mutações na proteína spike, a parte do vírus que a maioria das vacinas usa para preparar o sistema imunológico contra a doença.
As mutações na proteína spike podem afetar a capacidade do vírus de infectar células e se espalhar, mas também dificultar o ataque das células do sistema imunológico sobre o patógeno.