Durante a tradicional live de quinta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a adoção voto impresso auditável.
Para ele, o intenso debate em torno do tema não é apenas um desejo específico ou limitado a um determinado grupo político. Bolsonaro diz que a possibilidade de maior transparência é direito garantido por lei.
“Em caso contrário, teremos dúvidas nas eleições e podemos ter um problema seríssimo no país. Pode um lado ou outro não aceitar, criando convulsão no Brasil. Ou a preocupação dele é outra: voltar aquele presidiário para comandar o Brasil?”, declarou, ao mencionar que Aécio Neves, do PSDB, certamente venceu a disputa eleitoral de 2014, em alusão a eventuais irregularidades relatadas à época.
A fala do chefe do Executivo é uma resposta ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que recentemente concedeu uma entrevista à CNN Brasil. Na ocasião, Barroso insistiu em dizer que a impressão do comprovante do voto é um ‘retrocesso’ e que, neste caso, a implementação vai ‘dificultar’ a vida dos brasileiros.
Apesar da insistência de o tema ser evidenciado em torno do presidente da República, o pensamento do mandatário não ecoa sozinho. Conforme registrou o Conexão Política, o engenheiro especialista em segurança de dados e voto eletrônico, Amílcar Brunazo, participou da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara e afirmou que a confiabilidade das urnas eleitorais é questionável.
Segundo ele, o dispositivo pode ser objeto de fraude.
“Veja bem, eu não estou dizendo aqui em nenhum momento que [houve] fraudes. O que eu vou afirmar e tentar demonstrar rapidamente aqui, não há muito tempo, é que o sistema não tem transparência suficiente para permitir a detecção de fraudes”, disse, à Comissão.
“[Dizem] que o boletim de urna serve para fazer auditoria da urna – não serve. O boletim de urna serve para fazer auditoria da totalização. Auditoria da urna tem que ser feita com os dados de entrada, que seriam os votos dados pelos eleitores e que a urna não gera. Então o boletim de urna não serve para fazer auditoria, ao contrário do que o TSE afirma, afirma, afirma e reafirma”, acrescentou.