Conforme noticiado pelo Conexão Política nesta quarta-feira (5), o soldado Gabriel Monteiro, que ganhou conhecimento público por vídeos publicados nas redes sociais, foi expulso da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) por deserção.
A decisão, publicada na noite desta última terça-feira (4) no boletim da corporação, foi assinada pelo coronel Rogério Figueiredo, secretário da PM.
A informação inicial era de que Monteiro havia faltado ao serviço do dia 22 de julho e até o dia 31 do mesmo mês sem qualquer justificativa sobre seu paradeiro, completando oito dias de ausência.
Com isso, ele teria cometido o crime de deserção previsto no artigo 187 do Código Penal Militar.
ENTREVISTA
O Conexão Política fez contato com Gabriel Monteiro e procurou saber sua versão sobre o caso. Questionamos o ex-PM sobre o período em que ele teria faltado ao serviço.
Monteiro disse à nossa reportagem que classifica a expulsão da corporação como um ‘ato criminoso’ e disse que vai recorrer da decisão ‘na esfera administrativa e judicial’.
O militar afirma que no período do dia 22 a 31 de julho permaneceu licenciado da Polícia Militar por problemas de saúde.
Ele enviou ao Conexão Política uma série de documentos de suas perícias, realizadas nos dias 23, 27 e 29 do mês passado, assinadas por três oficiais da corporação, entre eles o tenente-coronel Luiz André.
“Isso é de um absurdo e monstruosidade sem tamanho. Eu era militar até ontem e estava passando minha farda para me apresentar no serviço. O artigo 187 do Código Penal Militar [que trata sobre deserção] fala sobre a ausência sem licença, mas eu estava licenciado. Eu estava dispensado do serviço por um tenente-coronel da PM, um oficial superior. Ele me dispensou e disse que eu teria que ir pra casa. Eu fui pra casa e não fiz nada de ilegal. Infelizmente, estou sendo mais uma vez massacrado pela Polícia Militar, a instituição que deveria resguardar minha imagem”, declarou.
“Não faltei nenhum dia. Fui dispensado pelos oficiais médicos. Eu fui atendido num hospital da Polícia Militar e houve a dispensa médica. Um oficial médico me dispensou do serviço. Não houve nenhuma falta injustificada. Além disso, o meu Batalhão foi comunicado que eu havia sido dispensado do serviço nesse período”.
O policial também garantiu a veracidade das inspeções médicas enviadas à reportagem.
“Eu me ausentei porque tinha licença, não deixei de ir ao trabalho. Fui três ou quatro vezes ao meu batalhão para informar. Quero que reconheçam esse absurdo. Se os documentos que estou apresentando forem fake ou manipulados no photoshop, eles podem me denunciar no MP. Mas são oficiais”, finalizou.
Licença médica concedida a partir do dia 28 de julho – Imagem: Reprodução
Na manhã desta quarta-feira (5), Monteiro esteve no Hospital da PM e disse que conversou com o tenente-coronel que assinou uma das perícias que ele foi submetido e que autorizou a dispensa médica. Ele fez imagens do consultório e publicou um vídeo em seu canal nas redes sociais.
“Provei para que o tenente-coronel assinou, que estava tudo certo, mas ele não sabe o por que eu caí na deserção. No vídeo, ele reconhece que assinou e a deserção nem ele mesmo soube explicar. Isso ninguém vai saber dizer”, diz o PM.