O mau desempenho na atividade econômica era algo esperado após “muito tempo com juro real muito elevado”. A afirmação é do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que culpou o Banco Central (BC) pela queda de 2% no Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB).
O resultado foi registrado em maio, na comparação com abril, e representa o pior índice para o mês em mais de cinco anos, somente atrás de 2018, quando o recuo foi de 3,8%. O patamar ficou abaixo das estimativas do governo federal e também do mercado financeiro.
Para Haddad, no entanto, a culpa é da autoridade monetária, que não reduz o nível da taxa Selic. O ministro entende que a restrição na economia foi provocada pela alta dos juros.
“A pretendida desaceleração da economia pelo BC chegou forte e a gente precisa ter muita cautela com o que pode acontecer se as taxas forem mantidas na casa de 10% de juro real ao ano”, afirmou o ministro, acrescentando que “há muito espaço” para que o corte dos juros seja acima de 0,25% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em agosto.