O ministro da Economia, Paulo Guedes, está nos Estados Unidos nesta quarta-feira (12) para reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Em entrevista à imprensa, ele criticou os cálculos do fundo que indicam que o Brasil poderia ter gasto metade do que foi pago com benefícios durante a pandemia.
Questionado sobre a análise do FMI, o ministro respondeu que o órgão precisa “falar menos besteira e trabalhar um pouco mais”. De acordo com ele, “estava todo mundo dizendo, há seis meses, que os brasileiros estão passando fome. Agora, o FMI diz que o gasto poderia ter sido menor. Por isso que eu falo: o FMI tem de falar menos besteira e trabalhar um pouco mais para alertar os americanos e os europeus”.
“Enquanto eles estão puxando a nossa orelha, o Brasil está crescendo mais, a inflação está mais baixa. Não acredito que o FMI esteja de má vontade com o Brasil, acho que é erro técnico mesmo”, disse Paulo Guedes. O chefe da Economia também afirmou ter “muito orgulho” por ter “criado o Auxílio Emergencial”.
“Nós criamos [o Auxílio Emergencial] na urgência do combate à covid-19 e acabou virando o Auxílio Brasil permanente agora, e o nosso programa social saiu de 0,4% do PIB pra 1,5% do PIB. É três vezes maior, é o maior programa de combate à pobreza e de inclusão social que o país já fez. Se o FMI está achando que a gente gastou muito com programa social, ele não entendeu nada porque nós vamos continuar gastando esse dinheiro com o social”, declarou.
Guedes também mencionou a valorização da moeda brasileira frente ao dólar em 2022 e citou a queda da taxa de desemprego, que chegou a 8,9% em agosto conforme dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também criticou as políticas fiscal e monetária adotadas pelos Estados Unidos e por países europeus.
“Em relação aos Estados Unidos e à Europa, é a terceira ou quarta reunião que tivemos em que alertei que eles estão bem atrasados e estão dormindo no volante. É incrível porque geralmente as reuniões do FMI são usadas para alertar as economias emergentes para fazer o dever de casa. Acho que eles deveriam se olhar no espelho porque não estão fazendo um bom trabalho, estão bem atrasados no fiscal, na política monetária. O efeito é que a inflação está disparando”, analisou.