Nesta sexta-feira (2), a Embraer e a Boeing chegaram a um acordo sobre a parceria e proposta de fusão entre as companhias. A Embraer aceitou a proposta da americana para a criação de uma terceira empresa, que ficará encarregada da operação comercial. O segmento será desenvolvido pelas duas, mas a parte militar do negócio, que era motivo de entrave nas conversas entre as duas fabricantes, ficará de fora, continuará sob o comando exclusivo do governo brasileiro.
O presidente Michel Temer assegurou que o controle da Embraer continuará com o poder público federal, por causa de sua simbologia para o país. O governo possui uma golden share da companhia brasileira desde a sua privatização.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, pediu ao executivo financeiro da Boeing que fosse criativo na proposta.
“O governo quer que dê certo, ele torce para dar certo. Inclusive eu me reuni com o CFO, o diretor financeiro da Boeing e sua equipe, e eu disse, encontre uma maneira, sejam criativos. A gente aposta nesta parceria porque o mercado aeronáutico global está mudando e é importante tanto para a Embraer quanto para a Boeing. O nosso problema é que o controle, se ele passa para outro país, as nossas decisões ficam exatamente subordinadas àquele país. Por exemplo, se o Congresso americano amanhã decidir que não é de seu interesse o desenvolvimento de um reator nuclear […], se ele tem o controle da Embraer isso está rompido. Se ele resolve mudar o sistema de controle aéreo todo brasileiro, ele tem o controle sobre isso.”
Para resolver o entrave, a Boeing apresentou uma nova proposta, que defende a manutenção da golden share.
As conversas sobre uma possível fusão entre as duas empresas foram divulgadas pela primeira vez em dezembro do ano passado. O negócio pode valer até 6 bilhões de dólares.