‘Tá tudo caro’. Desde que assumiu o seu terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem enfrentado críticas de diversos setores da sociedade, inclusive de sua base eleitoral mais alinhada politicamente: o cidadão comum, assalariado e sem renda extra.
Neste mês de abril, uma pesquisa do Ipec (antigo Ibope) apontou que 79% dos brasileiros consideram que o preço dos alimentos aumentou nos últimos meses no país. Desses, 64% estão pessimistas em relação ao cenário econômico, acreditando que os valores subirão ainda mais ao longo do ano.
O descontentamento não está apenas nas ruas, mas também no ambiente digital, plataforma que o governo Lula defende ‘regulamentar’. Em publicações sobre o assunto, há milhares de eleitores do líder petista tecendo críticas ao atual momento econômico do país.
“Vou falar uma verdade, estou gastando quase todo meu salário com comida no mercado. Está impossível. Não me importo que o presidente seja o Lula. Não vou fingir que a situação está boa. No mercado, só se ouve que está tudo muito caro”, escreveu um simpatizante do presidente da República na rede social X/Twitter.
“O governo Lula está deixando a desejar neste quesito de valores de compras no supermercado. Está tudo muito caro mesmo. Muito caro”, disse outro internauta.
“Estou achando o mercado tão caro… Lula, você me prometeu”, reclamou um terceiro.
“Inegável o descontentamento com o governo Lula. O mercado está um absurdo, a gasolina quase 6 reais, tudo caro, comerciantes quase falindo”, lamentou outro.
“Se quiser viver numa bolha de playboy, que não sabe o que é lutar para sobreviver, ok. Mas 90% da nação luta para sobreviver e está tendo a mesma percepção que eu. O mais importante para a esquerda devia ser o povo, não um mito neoliberal barbudo dos banqueiros”, argumentou um internauta.
“O custo de vida está tão alto. Aquele papo de prosperidade, poder de compra… tudo mentira”, observou outro.
“Lula, caralho, está tudo caro. Você prometeu e não entregou nada”, reclamou mais um.
“Gente! O mercado está muito caro. Lula, não foi para isso que eu votei em você”, emendou outro usuário.
Queda nas pesquisas
Em meio a tantas críticas, a desaprovação ao trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem registrado uma disparada acelerada, conforme apontou um levantamento pelo instituto Paraná Pesquisas.
Em quatro regiões do país, a marca de rejeição já supera os 50%. As regiões Sul (57,8%), Sudeste (53,0%) e Norte/Centro-Oeste (51,7%) apresentam as maiores taxas de desaprovação à gestão de Lula. O Nordeste é a única região onde a maioria ainda apoia o presidente, com 59,9% de aprovação. Na média geral do país, a gestão petista é desaprovada por 48,8% e aprovada por 46,6% dos brasileiros, enquanto 4,6% não souberam ou não opinaram.
Reprovação supera aprovação
Quanto à avaliação da administração de Lula, 40,5% dos eleitores a consideram ruim ou péssima (em comparação com 30,7% em agosto de 2023), enquanto 30,9% a veem como ótima ou boa (em comparação com 40% na pesquisa anterior) e 27,5% a classificam como regular (em comparação com 27,9%).
Principais pesquisas confirmam sufoco do governo Lula
A queda na popularidade, já observada em pesquisas realizadas por outros institutos, como Quaest, Datafolha e Atlasintel, sinaliza também impacto na eventual candidatura de Lula para um quarto mandato.
Bolsonaro à frente de Lula
Conforme o mesmo levantamento do Paraná Pesquisas, Lula estaria numericamente atrás do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma eventual disputa pela Presidência da República em 2026, com 35,3% contra 37,1% do seu antecessor.