Para o ministro Paulo Guedes, da Economia, é impossível que o Brasil tenha 33 milhões de pessoas passando fome. A declaração vem à tona após Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, externar os números em suas redes sociais.
Nesta quarta-feira (21), em evento do setor automotivo em São Paulo, Guedes disse considerar que o dado é falso.
Em comparação com outras grandes economias, o desempenho brasileiro está muito melhor, assegurou o ministro. “Isso são fatos econômicos, não adianta. A tática política é de barulho: 33 milhões de pessoas passando fome. É mentira, é falso. Não são esses os números.”
De acordo com ele, o Brasil tem atuado constantemente para transferir renda aos mais necessitados, como lema do governo Bolsonaro de “não deixar ninguém para trás”, correspondendo a 1,5% do PIB. Antes, o percentual estava na faixa de 0,4%, alegou.
— O consumo dos mais frágeis está garantido com a transferência de renda. Por isso, é impossível que tenha 33 milhões de pessoas passando fome. Elas estão recebendo três vezes mais do que recebiam antes. E mesmo que tenha tido inflação e aumento de preço, não multiplicou por três, então o poder de compra está mais do que preservado — concluiu.
Dados convergentes
A fala de Guedes converge com dados do Ipea, conforme antecipou o Conexão Política. No dia 12 de agosto, este jornal digital noticiou um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Na ocasião, informamos que o Brasil está na contramão do aumento mundial das taxas de extrema pobreza e, por consequência, deve terminar 2022 com uma queda significativa no índice, especialmente por atuar com medidas de assistência social.
Os números, inclusive, foram destacados pelo presidente do Ipea, Erik Figueiredo. O economista frisou que famílias que vivem em estado de extrema pobreza — quando a soma da renda de todos os integrantes não ultrapassa US$ 1,90 ao dia — deverão cair para 4,1% até o final de 2022. Em 2019, as famílias nessas condições eram 5,1% do total dos lares brasileiros.
“De fato, esse choque está sendo observado no mundo. Isso é uma previsão do Banco Mundial. Mas, o Brasil —devido às políticas de mitigação dos efeitos da covid-19— caminha no sentido oposto”, sustentou Figueiredo.