Após novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o dólar voltou a subir. A moeda norte-americana fechou esta sexta-feira, 28, cotada a R$ 5,59, seu maior valor desde janeiro de 2022, quando atingiu R$ 5,67. Em junho, o dólar acumulou uma alta de 6,47%. No trimestre — abril, maio e junho —, a alta foi de 11,47%.
Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana iniciou o pregão cotada a R$ 5,50, registrando inicialmente uma queda de 0,25%. No entanto, a tendência logo se inverteu, e o dólar passou a subir, chegando a bater R$ 5,60 ao longo do dia.
Pela manhã, em entrevista à rádio FM O Tempo, de Minas Gerais, Lula criticou novamente Campos Neto, afirmando que o economista não está desempenhando suas funções adequadamente. Segundo Lula, a taxa básica de juros a 10,5% “é irreal para uma inflação de 4%”.
Apesar da queda nesta sexta-feira, 28, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou junho com alta de 1,49% em comparação com maio.
A queda do dia foi influenciada principalmente pelo declínio das ações da Embraer. No entanto, a alta da Vale ajudou a conter a pressão negativa do mercado, em um período marcado pelo avanço do dólar em relação ao real. Esse cenário foi agravado pela alta na curva de juros, decorrente das questões fiscais do Brasil.
Após as críticas do presidente Lula pela manhã, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou durante um evento em Lisboa que ajustes fiscais focados em ganho de receita são menos eficientes. Segundo ele, tal abordagem resulta em menor investimento, menor crescimento econômico e inflação mais alta.