O Banco Central (BC) realizará na próxima quinta-feira (26), entre 9h15 e 9h20, um leilão de dólar à vista com oferta de até US$ 3 bilhões. O resultado será divulgado em comunicado oficial, e as propostas só serão aceitas se atenderem ao diferencial mínimo especificado pelo BC, sendo possível a aceitação parcial do montante ofertado.
A medida ocorre em meio à disparada do dólar, que já acumula alta de 27,44% frente ao real em 2024. Nesta segunda-feira (23), a moeda americana fechou cotada a R$ 6,1851, após atingir a máxima de R$ 6,2010 durante o dia.
O dólar segue pressionado por incertezas fiscais domésticas, agravadas após a revisão do impacto fiscal do pacote de controle de gastos aprovado no Congresso. O Ministério da Fazenda ajustou a projeção de economia em dois anos para R$ 69,8 bilhões, abaixo da estimativa inicial de R$ 71,9 bilhões.
Além disso, o Boletim Focus trouxe piora nas expectativas para inflação e juros. A projeção do IPCA para 2025 subiu pela 10ª semana consecutiva, chegando a 4,84%, acima do teto da meta (4,50%). A estimativa para a taxa Selic no final de 2025 também foi elevada, de 14,00% para 14,75%.
No câmbio, a projeção para o dólar ao fim de 2024 subiu para R$ 6,00, enquanto a previsão para 2025 passou de R$ 5,85 para R$ 5,90, marcando a oitava alta consecutiva. Para 2026, a expectativa foi ajustada para R$ 5,84.
Os leilões de dólar à vista realizados pelo Banco Central são instrumentos utilizados para estabilizar a cotação da moeda americana, oferecendo liquidez ao mercado. Neles, o BC vende dólares diretamente a bancos e outras instituições financeiras, com o objetivo de reduzir a volatilidade cambial.