Após uma sessão que se arrastou pela madrugada na véspera, os deputados da Comissão Especial da reforma da Previdência voltam a se reunir, na manhã desta quinta-feira (4), para votar o novo parecer do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
Ontem, depois de mais de cinco horas, o colegiado superou o “kit obstrução” de requerimentos apresentados por membros da oposição, limpando a pauta para que o texto possa avançar nesta manhã. Depois de retirados os pedidos de adiamento da votação, o próximo passo agora é a votação do mérito do texto.
O relator da Proposta de Emenda à Constituição, deputado Samuel Moreira, aceitou mudar pontos que desagradavam a partidos do chamado “centrão” – bloco informal formado por cerca de 200 parlamentares – e apresentou uma complementação de voto. Agora, o tucano não pode mais alterar o relatório.
Um dos pontos mais sensíveis, porém, acabou sem acordo. Em meio à pressão feita nos últimos dias pelo de policiais federais por regras mais brandas, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) interveio diretamente na negociação e propôs uma idade mínima de aposentadoria de 53 anos para homens e 52 anos para mulheres da categoria, com “pedágio” de 100% sobre o tempo que faltava para se aposentar pelas regras vigentes.
Os representantes do grupo, contudo, não aceitaram a proposta. Eles pedem que o pedágio seja de 17%, como previsto na proposta para os militares das Forças Armadas. Com isso, o texto do relator deixou de contemplar qualquer flexibilização de regras aos policiais. O tema deverá ser resolvido em votação de destaque ao texto principal na comissão. A expectativa é que partidos do “centrão” apoiem o pleito da categoria.