As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva agitaram o mercado financeiro novamente, provocando uma alta do dólar. Nesta sexta-feira, 28, a moeda norte-americana começou o dia com uma leve queda de 0,25%, mas rapidamente inverteu a tendência e iniciou uma trajetória de alta.
Às 10h53, o dólar já subia 1,12%, atingindo R$ 5,57, segundo o Estadão. Esse nível não era visto desde 10 de janeiro de 2022.
Em entrevista à Rádio O Tempo, de Minas Gerais, Lula criticou Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, acusando-o de não cumprir adequadamente suas funções administrativas. Ele também questionou a taxa de juros de 10,5%, que considera “irreal para uma inflação de 4%”.
De acordo com Lula, a situação dos juros poderia ser diferente com um novo presidente no Banco Central, indicado por ele após o término do mandato de Roberto Campos Neto. “Isso vai mudar quando eu puder nomear o presidente do Banco Central, e juntos vamos desenvolver uma nova abordagem”, afirmou o presidente.
Os comentários de Lula foram interpretados pelo mercado financeiro como um sinal de sua intenção de influenciar as decisões do Banco Central assim que seu indicado assumir o cargo.
Neste mês, o dólar já acumula um aumento de 8,26%, e no ano a alta chega a 14,97%. Esse movimento é influenciado por fatores internos e externos, incluindo preocupações com os juros nos Estados Unidos. Nas últimas semanas, Lula intensificou suas críticas a Campos Neto e reafirmou sua política de gastos públicos, aumentando a pressão sobre o câmbio.
Em uma postagem no Twitter/X na quinta-feira, 27, Lula chamou de “cretinos” os jornalistas que vincularam seus discursos ao aumento do dólar, demonstrando sua frustração com as interpretações da imprensa.