Um estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) mostra que o custo com importações de fertilizantes cresceu 178% entre janeiro e maio de 2022, se comparado com os primeiros cinco meses de 2020. Segundo a entidade, o volume importado aumentou apenas 16% no período.
De acordo com os dados, houve uma alta expressiva no preço desses produtos, que são os principais insumos das atividades agrícolas.
A confederação aponta que esse aumento nos gastos pode fazer com que os produtores percam margem de faturamento, já que o Brasil importa em torno de 80% de todo o fertilizante consumido, gerando uma ampliação do custo nas safras 2022/2023.
Na opinião da coordenadora do Núcleo de Inteligência de Mercado da CNA, Natália Fernandes, culturas como a soja e o milho, por exemplo, devem sofrer impactos significativos.
Ela destaca ainda que o uso de fertilizantes representa de 30% a 40% dos gastos operacionais dos agricultores, o que faz com o que o insumo seja o item mais importante da atividade.
Já o professor e economista da Ibmec Gilberto Braga entende que o aumento no preço dos fertilizantes é um reflexo do conflito entre Rússia e Ucrânia, de onde o Brasil importa grande parte desses suprimentos.
“Esse aumento nos preços tende a impactar cada vez mais o consumidor final, sobretudo quando se tem conhecimento de que não há ainda uma perspectiva de um fim do conflito no leste europeu”, analisou.
“É importante dizer que cada tipo de agricultura tem uma necessidade diferenciada de fertilizante, mas não existe nenhum tipo de alimento que não vai ser impactado. Isso acaba que vai para o preço final e acaba sendo pago pelo consumidor brasileiro”, acrescentou.